Deputado Carlos Veras foi eleito presidente estadual do PT e afirmou que vai reorganizar diretórios e ampliar o diálogo com a base
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 07/07/2025, às 22h31
O deputado federal Carlos Veras (PT) foi eleito presidente estadual do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco. A eleição aconteceu no domingo (6). Segundo contagem paralela feita por apoiadores, Veras recebeu cerca de 90% dos votos válidos no Processo de Eleições Diretas (PED) da legenda, embora o resultado oficial ainda não tenha sido divulgado. A posse está prevista para setembro, em data ainda a ser definida.
Veras foi o nome que reuniu o maior número de apoios entre as tendências do partido no estado, incluindo cinco das sete chapas inicialmente inscritas, além do apoio dos senadores Humberto Costa e Teresa Leitão. Ele integra a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária na legenda.
Em entrevista exclusiva ao site Jamildo.com, o deputado federal comentou quais são os primeiros passos após a eleição.
“Será construir, dialogar com a direção para a gente poder realizar um bom planejamento estratégico do mandato, da gente poder organizar o partido para poder dar conta dos enfrentamentos e garantir o espaço e o papel na importância que tem o PT de Pernambuco para os pernambucanos e para o Brasil”, afirmou Veras.
“O nosso trabalho aqui é de fortalecer o partido. E vamos trabalhar duro para manter cada vez mais o partido forte e unido”, continuou.
O deputado também confirmou que foi parabenizado por seu adversário na disputa, o ex-deputado federal Fernando Ferro, representante das correntes Avante e DAP. “Já esteve aqui na sede do PT, veio, me parabenizou, reconheceu a nossa vitória. tem esse reconhecimento e Fernando Ferro", disse.
Carlos Veras também exaltou o concorrente à disputa estadual do PT, que foi deputado federal entre 1995 e 2014. "Não tenho dúvida que ele [Fernando Ferro] vai continuar sendo um grande militante do PT e com muita capacidade de nos ajudar a construir o partido para dar enfrentamento aos novos desafios.”
Ao ser questionado sobre estratégias para aproximar o PT de segmentos da sociedade onde o partido encontra mais resistência, como setores evangélicos, Veras defendeu mais diálogo e presença territorial. “Tem que conversar com os evangélicos, porque é o PT que tem ajudado a alimentar o povo evangélico, que é um povo, inclusive, que tá presente na periferia, é um povo de classe média baixa. [...] Tem que conversar para desmistificar essa criminalização que há contra o PT, esse processo de ataque, de jogar o PT contra o setor evangélico.”
“A gente tem que estar mobilizado, tem que estar onde está a sociedade, porque o PT é o partido da classe trabalhadora, partido da classe operária, é o partido que ajuda a transformar esse país. É quem de fato defende os trabalhadores”, acrescentou.
Sobre as perspectivas eleitorais, Veras indicou que o objetivo da nova gestão será ampliar as bancadas estadual e federal do partido.
“Precisamos valorizar as nossas bases, os nossos militantes, nossos companheiros que já vêm construindo o partido há muito tempo, incentivar a candidatura, dialogar, ter a capacidade de poder fazer convergências [...]. E a gente ia aumentar a nossa bancada estadual, aumentar a nossa bancada federal.”
A relação com o governo estadual também foi abordada. Veras reiterou a posição da direção estadual do PT, que hoje se declara oposição à gestão da governadora Raquel Lyra (PSD). “Existe uma decisão da direção estadual do partido, que é de oposição com muita responsabilidade ao governo do estado e a gente precisa sempre respeitar a nossa liderança e conversando e dialogando.”
Ele reforçou que a bancada petista na Assembleia Legislativa, composta por Doriel Barros, João Paulo e Rosa Amorim, tem atuado com autonomia. “Eu não conheço nenhum voto na Assembleia Legislativa do Pernambuco dos deputados do PT a favor de um projeto da governadora que seja contra os trabalhadores e trabalhadoras", frisou.
"Eu já vi em alguns momentos ele se pressionar contra alguns projetos de iniciativa do governo por entender que não era o melhor para os trabalhadores e trabalhadoras”, disse Veras. No PodJá, o deputado João Paulo, que é próximo de Raquel Lyra, se posicionou contra a concessão de parte da Compesa à iniciativa privada.
Veras também fez referência ao relacionamento institucional do presidente Lula com o governo de Pernambuco. “Ele tem uma relação muito republicana com a governadora. Ajuda o povo de Pernambuco, ajuda o seu governo. [...] A governadora nunca disse que era da base do presidente Lula. Nunca declarou apoio à reeleição do presidente Lula.” Essa tese, novamente, reacente a pauta de palanque duplo do presidenciável em Pernambuco, defendida por muitas alas do Partido dos Trabalhadores.
Sob comando de Carlos Veras, o Partido dos Trabalhadores buscará aumentar as bancadas no Congresso Nacional e na Alepe. Vale destacar que já na janela partidária, em março de 2026, a legenda contará com a chegada de Dani Portela, do Psol.