Filiados ao PT elegem dirigentes municipais, estaduais e nacional neste domingo (6)

Um milhão de filiados participam da eleição deste domingo (6) para renovar diretórios do PT; disputa em Pernambuco opõe Carlos Veras e Fernando Ferro

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 06/07/2025, às 08h14

Apenas Carlos Veras e Fernando Ferro estão na disputa - Câmara do Deputados- Estefânia Uchôa / CMADS
Apenas Carlos Veras e Fernando Ferro estão na disputa - Câmara do Deputados- Estefânia Uchôa / CMADS

Dia de votação! Cerca de um milhão de filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT) vão às urnas neste domingo (6) para escolher os novos representantes dos diretórios municipais, estaduais e o presidente nacional da sigla.

A votação inicia às 9h e seguirá até às 17h nas zonas eleitorais espalhadas por todo o Brasil. A apuração começa logo após o encerramento da votação, mas, devido ao volume de votos, que serão feitos nas tradicionais cédulas de papel, os resultados definitivos devem ser conhecidos a partir da segunda-feira (7).

Em Pernambuco, a eleição mobilizou todas alas do partido, que é o mais organizado hierarquicamente do País, com disputas internas e divergência de correntes mais à esquerda e mais ao centro.

Candidaturas do PT em Pernambuco

Das sete candidaturas, cinco desistiram e declararam apoio ao favorito da disputa, o deputado federal Carlos Veras, que é do CNB, grupo majoritário do PT, de onde também faz parte o atual mandatário, Doriel Barros. Veras tem, também, o apoio dos senadores Humberto Costa e Teresa Leitão e defende a um PT atuante dentro da Frente Popular, com manutenção do diálogo com aliados.

Do outro lado do "bate-chapa" está o ex-deputado federal Fernando Ferro, que representa as correntes Avante e Dialógo e Ação Petista (DAP). Ele tem uma trajetória marcada pela atuação combativa e defende um projeto de maior autonomia e protagonismo político da sigla no estado.

Eleição do PT Recife

Pedro Alcântara, Osmar Ricardo e Jairo Britto disputam a presidência do diretório municipal do PT no Recife.

Com apoio do deputado estadual João Paulo, Pedro Alcântara, que está sob o slogan "O PT pode mais", o cientista político se apresenta como representante de "uma geração de dirigentes comprometida com a renovação, o diálogo e a construção coletiva do partido".

O vereador Osmar Ricardo, do grupo Alternativa Socialista Democrática e conta com o apoio do atual mandatário, Cirilo Mota e da senadora Teresa Leitão. O terceiro nome na disputa pelo diretório municipal do PT é o ex-vereador Jairo Britto, da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), que tem o apoio do senador Humberto Costa.

Disputa nacional do PT

Na eleição nacional, sãp quatro concorrentes, que representam visões distintas sobre o futuro do partido.

O processo sucede o mandato-tampão do senador Humberto Costa, que era um dos vice-presidentes  assumiu após Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais no governo Lula. O senador pernambucano não concorre à reeleição.

Os candidatos são:

Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP) e nome com apoio do presidente Lula. Sua proposta enfatiza o fortalecimento da estrutura partidária e a ampliação da base social do PT, com a inclusão de trabalhadores precarizados e vinculados à economia digital.

Romênio Pereira, atual secretário nacional do partido, propõe descentralizar o funcionamento dos diretórios municipais e rever os termos da federação nacional com PCdoB e PV. Ele defende a redistribuição dos recursos do fundo partidário para fortalecer diretórios de menor porte e abrir espaço para maior pluralidade de alianças.

Rui Falcão, deputado federal e ex-presidente do PT em duas oportunidades, 94/95 e 2011-2017, apresenta uma plataforma voltada ao resgate histórico da legenda. Entre suas prioridades estão a valorização dos movimentos sociais, a defesa da taxação de grandes fortunas, críticas à política de juros e uma atuação internacional alinhada a pautas progressistas.

Valter Pomar, historiador e um dos fundadores do partido, centra sua proposta na retomada da identidade socialista do PT. Ele critica alianças com setores considerados neoliberais, propõe mobilização popular permanente e defende reformas políticas que enfrentem o poder do capital nas disputas eleitorais.

Caso nenhum postulante ultrapasse 50% dos votos, independente do diretório, haverá um segundo turno, marcado para o próximo dia 20.