Em colisão com a Alepe, Raquel Lyra promete pagar emendas até o fim de 2025

Na segunda-feira (24), a governadora Raquel Lyra (PSD) prometeu pagar até o fim do ano o valor restante das emendas parlamentares impositivas de 2025.

Em entrevista para Rádio Folha na segunda, Álvaro Porto também cobrou o pagamento das emendas parlamentares e disse que poderia judicializar a situação, caso o valor completo das emendas não forem pagos até o fim do ano. No começo de 2025, Porto chegou a fazer esse movimento após o atraso nos recursos. 

Os deputados devem receber R$ 302 milhões em emendas, segundo a lei vigente no estado. Esse valor ainda não teria chegado na metade. 

Apesar disso, a governadora afirmou que sua gestão é a que "mais pagou emenda parlamentar na história de Pernambuco".

Raquel também informou que quitou os débitos das emendas pendentes em 2024. Esses valores restantes geraram tensão entre deputados e o Governo de Pernambuco no início de 2025. 

Apenas com o anúncio do pagamento restante e apresentação de um sistema de transparência dos trâmites das emendas, já no segundo semestre de 2025, Raquel conseguiu destravar a autorização do pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão. A contratação ficou na Alepe por quase seis meses até a votação no plenário. 

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A governadora pode tentar fazer o mesmo nesse momento, quando o pedido de empréstimo de R$ 1,7 bilhão ainda aguarda ir ao plenário.

A previsão era que o projeto iria para votação na terça-feira passada (18), mas após impasses com a pauta do aumento das emendas parlamentares, Álvaro Porto retirou ambos os temas da ordem do dia. 

A fala de Raquel ocorre logo após o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), pedir informações ao Governo de Pernambuco sobre o uso dos empréstimos aprovados pela gestão. A ideia seria provar com números que a governadora pouco utilizou os valores já obtidos na Alepe. 

Com o pedido de informações sobre o uso de recursos pelo Governo Estadual, Porto pode atrasar ainda mais a discussão sobre o empréstimo de R$ 1,7 bilhão.

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Porto já teria indicado que o empréstimo de Raquel deve retornar para discussão apenas em 2026, o que dificultaria para governadora utilizar os recursos antes do início da campanha eleitoral. 

Anteriormente, o político afirmou que não haveria pressa para tramitação do recurso, já que Raquel teria contratações aprovadas pela Alepe que ainda aguardavam uso. 

Para dificultar ainda mais os planos da governadora, os deputados aprovaram na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o projeto que visa aumentar a porcentagem do orçamento que irá para emendas parlamentares, o que diminuiria o espaço de execução de Raquel Lyra. 

Como a solução anterior para alguns impasses com a Alepe foi a distribuição de emendas, talvez Raquel use os recursos para facilitar suas movimentações na Casa.