Câmara do Recife tem 11 vereadores cotados para disputar novos cargos em 2026

Ao menos 11 dos 37 vereadores do Recife já se articulam para concorrer a vagas na Alepe, Câmara dos Deputados e Senado nas eleições de 2026

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 01/11/2025, às 12h21

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Confira o desempenho da Quaest no segundo turno das eleições municipais de 2024 - Foto: Nelson Jr. / Ascom / TSE

Um terço da Câmara do Recife articula candidaturas para 2026.

Eduardo Moura, Jô Cavalcanti, Liana Cirne e Kari Santos estão entre os principais nomes.

Romerinho Jatobá pode disputar a presidência da FPF, além de cargos eletivos.

TSE permite que vereadores mantenham mandatos durante o período eleitoral.

A pouco menos de um ano das eleições de 2026, um terço dos vereadores da Câmara Municipal do Recife já se movimenta politicamente com planos de disputar cargos em outras esferas. Dos 37 parlamentares, ao menos 11 mantêm conversas e articulações para concorrer a vagas na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na Câmara dos Deputados e até no Senado Federal.

O vereador Eduardo Moura (Novo) é um dos nomes em destaque nesse cenário. Chegou a pontuar nas pesquisas de intenções de votos ao Governo de Pernambuco, mas aliados próximos afirmam que o parlamentar deve concorrer à Câmara Federal. “Ele só seria candidato ao Palácio do Campo das Princesas se chegasse a 20% nas intenções de voto em pesquisa”, afirmou uma fonte a este blog.

A vereadora Jô Cavalcanti (PSOL), por sua vez, é a única do grupo que pretende disputar uma cadeira no Senado. Com experiência de mandato coletivo pelas Juntas na Alepe, ela comemorou o desempenho de 4% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, percentual que, segundo aliados, representaria cerca de 280 mil votos.

As petistas Liana Cirne e Kari Santos planejam concorrer à Câmara dos Deputados com o objetivo de ampliar a bancada federal do partido, que hoje conta apenas com Carlos Veras, também presidente estadual do PT. Em 2022, Liana obteve 57.300 votos e ficou como primeira suplente da Federação PT-PCdoB-PV. Em entrevista ao Podjá, podcast do Jamildo.com, Kari afirmou: “Essa possibilidade vem tanto do PT nacional quanto do meu eleitorado.”

O presidente da Câmara, Romerinho Jatobá (PSB), também aparece entre os cotados, mas com planos que vão além da política institucional. O parlamentar confirmou que avalia disputar a presidência da Federação Pernambucana de Futebol (FPF). “Tenho disposição para ser candidato e, caso o grupo entenda que meu nome é o indicado, posso disputar as duas eleições”, declarou ao Portal de Prefeitura.

Entre os nomes da base do prefeito João Campos, o líder do governo na Casa, Samuel Salazar (MDB), é apontado como possível candidato à Alepe, assim como Hélio Guabiraba (PSB), que está no terceiro mandato muncipal, após disputar em 2022.

Na oposição do Executivo na Casa José Mariano, Davi Muniz (PSD) anunciou junto a governadora Raquel Lyra, presidente estadual da sigla, que disputará uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2026. Em 2022, foi o primeiro suplente da Casa pelo PSB, mas como houve a troca de partido, a vaga assumida com a morte de José Patriota, em 2024, ficou com o ex-prefeito do Paulista Júnior Matuto.

O grupo Ferreira lançou oficialmente Fred Ferreira (PL) como pré-candidato à Alepe. O vereador Gilson Filho (PL), que foi o mais votado da oposição em 2020 com mais de 16 mil votos, ainda avalia os rumos dentro do partido, marcado por divisões internas, mas é cotado para a disputa de deputado estadual. 

Thiago Medina (PL), apadrinhado pelo deputado federal Nikolas Ferreira, deve concorrer à Câmara Federal. “A gente precisa ocupar os espaços. O espaço nunca vai ficar vazio; se a gente não ocupa, outra pessoa vai ocupar”, disse no Podjá, em referência ao seu projeto político.

Vereadores que assumiram mandato em 2022

Dani Portela (PSOL), vereadora mais votada nas eleições municipais de 2020, assumiu uma cadeira na Alepe na eleição geral de 2022, assim como Pastor Júnior Tércio (PP) e Renato Antunes (PL).

Regras eleitorais e manutenção de mandato

As eleições para deputado federal e estadual seguem o sistema proporcional, em que o resultado depende do quociente eleitoral e partidário, e não apenas da votação individual. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vereadores podem permanecer no exercício do mandato enquanto disputam outros cargos. Apenas os eleitos precisam se licenciar da Câmara, sendo substituídos pelos suplentes.

A lei eleitoral impõe restrições apenas para situações em que o parlamentar assuma cargo no Executivo nos seis meses anteriores à eleição. Nesse caso, o vereador ficaria impedido de disputar o pleito. A regra difere da aplicada aos integrantes do Executivo, como o prefeito João Campos (PSB), que, ao decidir concorrer ao Governo de Pernambuco, precisará renunciar ao cargo até cinco meses antes da eleição.

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