Eduardo Moura pulou o muro da obra dos conjuntos habitacionais da Vila da Aeronáutica, no último sábado. A Prefeitura do Recife esclareceu as acusações
por Clara Nilo
Publicado em 10/09/2025, às 10h47 - Atualizado às 13h57
O vereador do Recife, Eduardo Moura (Novo), se envolveu em uma polêmica em relação a fiscalizaçõe da obra dos conjuntos habitacionais da Vila da Aeronáutica, uma parceria entre a Prefeitura do Recife e o programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal.
No último sábado (6), Moura foi até o local exigindo entrar no canteiro de obras e, em seguida, pulou o muro. A cena foi registrada em vídeo e publicada nas redes sociais do próprio vereador, assim como nas redes do secretário de Habitação do município, Felipe Cury, que estava na ocasião.
A justificativa de Moura é que aquele trecho da obra teria sido embargado judicialmente, além de que não estariam sendo tomadas medidas apropriadas do ponto de vista ambiental, já que árvores estão sendo derrubadas. Entretanto, a PCR afirmou, quando anunciou as obras, que o dobro seria plantado no local.
"Como medida de compensação ambiental, serão plantadas 268 árvores – o dobro das removidas – em conformidade com as diretrizes do Manual de Arborização do município", afirmou a nota.
Em um dos diversos vídeos publicados pelo vereador, ele indaga se Cury teria autorização para realizar a obra, ao que secretário responde que o documento existe e estaria com "quem precisa estar".
"Você invadiu uma área pública, a gente está aqui licenciado. Você é contra uma obra popular", afirmou Felipe Cury.
Em outro registro publicado por Moura, o secretário afirma que está saindo para almoçar e o vereador o segue pela rua."O senhor está correndo de mim, secretário? A CPRH está chegando e deve ter voz de prisão. Não seria interessente o senhor explicar ao CPRH como é que a obra aconteceu?", disparou o vereador.
Na última terça-feira (9), Eduardo Moura afirmou, na Câmara Municipal do Recife, que quem concordasse com o secretário seria "burro ou babão".
"Vergonha para mim é ter um vereador levantar aqui nessa casa para defender um secretário que falou que vereador não é uma autoridade competente para fiscalizar. Porque das duas uma, ou é burro ou é babão. Porque a lei é clara: o vereador tem o poder fiscalizador e ponto", exclamou ele.
O vereador Rinaldo Júnior (PSB), criticou a posição do opositor. “Em nenhum momento, ele [Eduardo Moura] esclareceu que a obra, neste exato momento, está totalmente regular. E aí eu me pergunto: qual é o interesse, qual é a intenção de querer barrar a construção de habitacional de moradia popular para quem mais precisa?”, afirmou.
Ao Jamildo.com, Felipe Cury afirmou que o vereador estaria totalmente errado.
"Diferente do que ele disse [que os documentos não existiam], é só cortina de fumaça porque [ele] é contra o povo pobre e trabalhador morar em Boa Viagem", disse ele.
"Conforme vídeo em anexo, fiscal da própria CPRH informa que os serviços estão autorizados. A Prefeitura do Recife informa que a construção dos futuros conjuntos habitacionais Vila Aeronáutica I e II, em Boa Viagem, vai garantir moradia digna a mais de 2,6 mil pessoas. O projeto, fruto de parceria entre a gestão municipal e o Governo Federal pelo programa Minha Casa Minha Vida, conta com investimento de R$ 90 milhões e beneficiará famílias que já residem no bairro, hoje em condições precárias, proporcionando qualidade de vida e dignidade.
Neste sábado (6), a Prefeitura deu continuidade aos serviços de preparação do terreno. Todo o trabalho está devidamente licenciado e autorizado pela Secretaria Executiva de Licenciamento Ambiental do Recife, seguindo rigorosamente os trâmites legais (em anexo, segue a licença). Inclusive, uma nova licença foi emitida, contemplando todos os questionamentos feitos por órgãos estaduais, que, no entendimento da Prefeitura, agiram de forma arbitrária ao tentar interromper uma ação plenamente regular.
Como medida de compensação ambiental, serão plantadas 268 árvores – o dobro das removidas – em conformidade com as diretrizes do Manual de Arborização do município.
A escolha do terreno levou em conta a infraestrutura disponível no entorno: proximidade da estação de metrô, do terminal de ônibus e de corredores viários importantes, como a Avenida Mascarenhas de Moraes e a Rua Barão de Souza Leão. Por fim, a gestão municipal reforça que o local recebeu fiscalizações que atestaram a regularidade dos licenciamentos e dos serviços em andamento".
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