O grupo político de Carlos Veras inscreveu mais dois outros políticos para paresidência do PT-PE. Outros nomes defendem posição destoante ao CNB
por Cynara Maíra
Publicado em 12/05/2025, às 07h23
Com o encerramento do prazo de inscrições para a eleição interna do PT em Pernambuco, sete nomes confirmaram candidatura à presidência estadual do partido, marcada para o próximo dia 6 de julho.
Mesmo após afirmar que só se canditaria caso houvesse consenso na legenda, o deputado federal Carlos Veras (PT-PE) foi inscrito na reta final como um dos postulantes.
Com a presença de Veras, o movimento liderado pelo senador Humberto Costa, entitulado “Construindo um Novo Brasil” (CNB), fica com três candidatos.
Além de Veras também foram inscritos a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, e Sérgio Goiana, secretário-geral do partido no estado.
A ideia do grupo é avaliar qual dos três petistas funcionaria melhor na campanha com o diretório. As chapas ainda podem ser alteradas até o dia 26 de maio.
Em nota apresentada ao Jamildo.com, Veras justificou a decisão afirmando que “foi convencido pelas lideranças que o apoiam a se inscrever mesmo assim” e de que procuraria conseguir um consenso dentro do diretório até o período do pleito, nem que fosse após o segundo turno da disputa.
Além dos três nomes ligados à CNB, completam a lista de candidatos:
O próprio Veras reconheceu a pluralidade da disputa e destacou ter proximidade com todos os concorrentes.
“Meu primeiro voto para federal foi em Fernando Ferro. Trabalhei com Messias na CUT, com Osmar Ricardo estive junto na área sindical. Sérgio Goiana é um grande companheiro, Márcia é da área onde mais atuo, o Sertão, e Prazeres luta conosco no partido”, afirmou o deputado para o BlogDellas.
A senadora Teresa Leitão, que apoia Messias Melo, reconheceu que a construção de uma candidatura única é improvável, mas se mostrou aberta ao diálogo. A parlamentar rompeu recentemente com o grupo de Humberto em disputas locais, como a do diretório do PT Recife.
Os candidatos expressam diferentes visões sobre o papel do partido em Pernambuco, principalmente na relação da legenda com o PSB de João Campos (PSB).
Fernando Ferro, o primeiro a oficializar candidatura, tem defendido uma maior autonomia da legenda em relação ao PSB e cobra o resgate do protagonismo petista.
Ele criticou o atual modelo de alianças e relembrou sua posição contrária à composição com João Campos na eleição municipal de 2024. Na ocasião, o ex-deputado lamentou que o PT tenha “entrado pela porta dos fundos” ao aceitar uma chapa sem ao menos ter a vice.
Na mesma linha, Ferro apoia a candidatura de Pedro Alcântara no diretório municipal do Recife, adversária do grupo de Humberto, que lançou o ex-vereador Jairo Brito.
A disputa interna ocorre em meio a um cenário de indefinição sobre o palanque que o PT adotará em Pernambuco nas eleições de 2026.
De um lado, o prefeito do Recife, João Campos,é apoiado por parte da legenda, sobretudo pela ala ligada à senadora Teresa Leitão e aos irmãos Oscar e Osmar Paes Barreto. De outro, há uma aproximação crescente com a governadora Raquel Lyra (PSD), com quem setores do PT mantêm diálogo aberto.
Tanto o senador Humberto Costa quanto o deputado João Paulo já citaram a possibilidade que o partido pode acabar apoiando ambos os nomes, numa estratégia de palanques múltiplos para a reeleição do presidente Lula.