'Vítimas não serão prejudicadas', diz Lula sobre descontos irregulares em aposentadorias

Governo Federal reforça compromisso com investigação e ressarcimento a aposentados lesados pelos descontos irregulares

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 11/05/2025, às 11h41 - Atualizado às 11h52

Lula tem feito discurso criticando 'pirotecnia' em referência a pedido de oposição por CPI - Presidência da República/Divulgação
Lula tem feito discurso criticando 'pirotecnia' em referência a pedido de oposição por CPI - Presidência da República/Divulgação

Após visita à Rússia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que a investigação sobre os descontos indevidos em benefícios do INSS avança para identificar responsáveis, recuperar valores e punir os culpados.

"As vítimas não serão prejudicadas, mas aqueles que exploraram aposentados e pensionistas terão consequências", afirmou Lula durante coletiva de imprensa neste sábado.

O Governo Federal reforça que a ação conduzida pela Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal revelou uma quadrilha que operava desde 2019, em referência ao governo Bolsonaro.

Lula disse que as entidades envolvidas na fraude terão seus bens congelados, permitindo o ressarcimento às vítimas. "Vamos repatriar o dinheiro para pagar as pessoas", enfatizou o presidente. Ele ressaltou que a investigação diferencia entidades sérias das fraudulentas, garantindo transparência e justiça.

A comunicação oficial aos beneficiários será feita diretamente pelos canais do INSS. Quem sofreu descontos indevidos poderá reconhecer ou contestar os valores de forma simplificada, sem burocracia excessiva.

Lula disse que estava reforçando o compromisso com a apuração completa e a devolução dos recursos: "O que queremos é apresentar a verdade ao povo, sem espetáculo midiático. A prioridade é assegurar que os aposentados e pensionistas não tenham prejuízo".

Briga política no Congresso

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrenta uma crise devido a descontos indevidos aplicados em benefícios de aposentados e pensionistas.

A investigação revelou que associações e sindicatos realizaram cobranças fraudulentas, afetando cerca de 9 milhões de pessoas. O montante total dos descontos pode chegar a R$ 5,9 bilhões.

O governo federal iniciou um processo de ressarcimento, notificando os segurados pelo aplicativo Meu INSS para que confirmem os valores descontados. As entidades envolvidas terão 30 dias úteis para comprovar a legalidade dos descontos ou devolver os valores ao governo.

Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou o bloqueio de bens de 12 entidades e a quebra de sigilo de seis empresas e oito pessoas suspeitas de envolvimento no esquema.

A crise gerou impacto político, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuindo a origem das fraudes à gestão anterior, conforme já informou o site Jamildo.com.

O governo ainda busca soluções para garantir o ressarcimento dos aposentados, considerando o uso de bens apreendidos e ajustes no orçamento da Previdência Social. Enquanto isso, o Congresso Nacional avalia a possibilidade de uma CPI para investigar o caso.