PSOL organiza chapas em Pernambuco e mira Jones Manoel para cumprir cláusula de barreira

PSOL busca candidaturas competitivas em Pernambuco, reorganiza quadros e busca ampliar presença para cumprir a cláusula de barreira em 2026

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 08/12/2025, às 14h30 - Atualizado às 14h32

Jones Manoel - Foto: Keise Nascimento/Secom PSOL-PE
Jones Manoel - Foto: Keise Nascimento/Secom PSOL-PE

PSOL estrutura chapa em Pernambuco com Ivan Moraes ao governo e Jô Cavalcanti ao Senado.

Jones Manoel é cortejado para disputar vaga na Câmara Federal pelo partido.

Dani Portela e Robeyoncé deixam o PSOL e devem migrar para o PT.

Nacionalmente, legenda aposta em Erika Hilton para ocupar espaço deixado por Boulos.

PSOL prepara renovação de quadros para 2026 em meio ao risco de não cumprir a cláusula de barreira. A sigla tenta fortalecer nomes com atuação consolidada nas redes sociais e mira disputar espaço com candidatos do bolsonarismo.

A movimentação a nível nacional ocorre após a ida de Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência, retirada que abriu espaço interno e reorganizou prioridades do partido.

Em Pernambuco, o PSOL organiza uma chapa sólida para 2026. O ex-vereador Ivan Moraes será candidato ao governo estadual como alternativa pela esquerda - o evento de lançamento da pré-candidatura será nesta quinta (11), às 19h.

No Senado, a vereadora do Recife Jô Cavalcanti deve concorrer e, segundo pesquisa do Instituto Alfa Inteligência, divulgada no final de novembro, a socialista tem desempenho competitivo em cenários sem Marília Arraes (Solidariedade).

Jô Cavalcanti soma 14%, empatada numericamente com Anderson Ferreira (PL) e ocupa a segunda posição ao igualar, na margem de erro, com Eduardo da Fonte, que soma 18%. Humberto Costa, candidato à reeleição, lidera com 26%.

Para a Câmara Federal, a principal aposta é Jones Manoel, hoje filiado ao PCBR, mas sem possibilidade de disputar pela sigla. Segundo apuração de bastidores, uma ala do PSOL tenta atraí-lo, inclusive, como puxador de votos.

Sem nunca ter exercido um mandato, Jones vem despontando como uma promessa política da esquerda devido às suas participações em debates contra conservadores e figuras da direita, como os políticos Kim Kataguiri e Fernando Holiday, e o influenciador Wilker Leão.

Ele foi candidato ao Governo de Pernambuco em 2022 pelo PCB, mas acabou sendo expulso do partido no ano seguinte, após racha. Hoje, faz parte de um grupo político autointitulado Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), ainda sem status de partido.

Saídas do PSOL em Pernambuco

Dois quadros de peso do PSOL devem estar a caminho do Partido dos Trabalhadores. A deputada estadual Dani Portela já falou em público que está a caminho do PT na próxima janela partidária, em abril. O grupo da parlamentar, o Revolução solidária, já está todo filiado a nova legenda.

Pelos socialistas, Dani foi candidata a prefeita em 2022 e ficou em terceiro lugar, foi a vereadora mais votada da capital em 2020 e em 2022 elegeu-se deputada estadual.

Robeyoncé, que pertence ao grupo de Dani, teve cerca de 80 mil votos para deputada federal em 2022, não obteve êxito em mandato e acabou ajudando a eleger Túlio Gadelha, que estava na mesma Federação PSOL/Rede.

Cenário nacional

Em São Paulo, Boulos se tornou o principal puxador de votos da legenda em 2022, quando superou 1 milhão de votos foi o segundo mais votado do país. Ao disputar a prefeitura no pleito seguinte, alcançou 2,1 milhões de votos e se tornou um dos principais nomes na base do governo Lula e em críticas a pautas do Centrão, como a PEC da Blindagem.

Sem Boulos na eleição, o PSOL aposta na deputada Erika Hilton como novo nome de maior capilaridade no estado. Ela ganhou projeção coma defesa do fim da Escala 6x1 e vê a disputa como enfrentamento direto com candidatos ligados ao bolsonarismo.

O PSOL lançará Manuela D’Ávila ao Senado. Recém-filiada após deixar o PCdoB, ela tenta retomar atuação nacional, após disputar como vice de Fernando Haddad em 2018 e fortalecer a presença da sigla no estado

A legenda calcula que precisará ampliar sua presença para superar a cláusula de barreira, atingida em 12 estados em 2022.

Cláusula de barreira em 2026

A legenda busca sobrevivência para driblar a cláusula de barreira em 2026. A lei estabelece que os partidos precisarão eleger 13 deputados federais no ano que vem ou ter 2,5% dos votos válidos para Câmara e 1,5% em pelo menos nove estados. Caso esse patamar não seja atingido, as siglas perderão acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda em rádio e televisão. 

Desde 2018, a regra já levou à extinção, seja por fusão ou incorporação, de PPL, PRP, PHS, Pros, PSC, Patriota e PTB.