Paulo Muniz deve permanecer no PL após anúncio de expulsão por declarações contra Michelle Bolsonaro

Duas semanas após anúncio de expulsão, vereador Paulo Muniz continua filiado ao PL e atua de forma independente na Câmara do Recife

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 30/09/2025, às 15h14 - Atualizado às 15h46

Vereador Paulo Muniz, na tribuna da Câmara Municipal do Recife
Vereador Paulo Muniz, na tribuna da Câmara Municipal do Recife - DIVULGAÇÃO/ Câmara do Recife

O processo de expulsão do vereador do Recife Paulo Muniz (PL) não teve andamento desde o anúncio feito pelo diretório estadual do partido, há duas semanas. "Passaram 15 dias e o processo não andou, não deve mais ocorrer", disse uma fonte da legenda sob reserva. A medida havia sido divulgada após a repercussão de mensagens em que o parlamentar utilizou o termo “quenga” para se referir à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher.

As mensagens circularam em um grupo de WhatsApp da Câmara Municipal do Recife no dia 11 de setembro, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do núcleo 1 da chamada trama golpista.

Na ocasião, enquanto vereadores de partidos de esquerda comentavam o resultado da decisão, Paulo Muniz escreveu: “Honesto é Lula e sua quenga”, ofensa direcionada a atual primeira-dama, Janja da Silva. Questionado pela petista Kari Santos se a referência era a Michelle Bolsonaro, o parlamentar respondeu: “É. Duas quengas, tão dominando o mundo.”

Diante da repercussão, o presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, classificou as declarações como “inaceitáveis” e “reprováveis”, afirmando que, por decisão conjunta das direções nacional e estadual, Paulo Muniz seria expulso da legenda. O vereador havia assumido recentemente a presidência do PL no Recife, substituindo o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, tendo sido indicado pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.

Apesar do anúncio, não houve registros formais de desfiliação, e Paulo Muniz segue aguardando a decisão do partido.

Na prática, isso permitiu ao parlamentar atuar com maior autonomia em votações, sem seguir estritamente a orientação partidária e votando conforme sua própria leitura de pauta. Um exemplos recente inclui o voto contrário a requerimentos que pediam a exoneração de secretários municipais filiados ao Partido dos Trabalhadores, Felipe Cury e Osmar Barreto, indo contra a indicação da bancada e dos votos de seus correligionários. 

Em outro voto contrário ao da oposição, Paulo Muniz votou contra um voto de aplausos destinado a uma deputada bolsonarista de Santa Catarina.