Manifestantes ocupam Rua da Aurora contra PL da dosimetria; ato reuniu parlamentares e movimentos sociais

Manifestação realizada no domingo (14), no Recife, reuniu parlamentares, militantes e movimentos sociais contrários ao Projeto de Lei da Dosimetria, aprovado pela Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado Federal. O ato ocorreu na Rua da Aurora, no centro da capital, e teve como foco pressionar os senadores antes da análise da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e de uma possível votação em plenário, prevista para os dias que antecedem o recesso parlamentar.

Durante o protesto, a senadora Teresa Leitão (PT) destacou o momento da tramitação e o caráter estratégico da mobilização. Segundo ela, o projeto deve ser apreciado na CCJ na quarta-feira (17), com possibilidade de votação no plenário no mesmo dia. “A votação acontece no último dia antes do recesso parlamentar. Isso evidencia o caráter estratégico do ato. Precisamos cobrar os senadores”, afirmou.

Presidente do PT em Pernambuco, o deputado federal Carlos Veras (PT) afirmou que a ocupação do espaço público tem como objetivo barrar qualquer iniciativa de anistia. “Ocupamos a Rua da Aurora para protestar contra a anistia a golpistas. Não vamos permitir que tentem empurrar goela abaixo o vergonhoso PL da Dosimetria, que pretende livrar Bolsonaro e sua quadrilha e ainda acaba beneficiando o crime organizado, colocando em risco a democracia e a segurança do povo brasileiro”, declarou.

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O deputado federal Túlio Gadêlha (Rede-PE) alertou para a possibilidade de alterações no texto durante a tramitação no Senado. De acordo com ele, o relator pode apresentar emendas que ampliem o caráter de anistia. “Se houver modificação, o projeto retorna à Câmara. Independentemente disso, precisamos ocupar as ruas e demonstrar nossa indignação”, disse.

A deputada estadual Dani Portela (PSOL) classificou a proposta como uma anistia indireta e defendeu a pressão popular como instrumento político. “A dosimetria é uma anistia disfarçada. Parlamentares precisam do voto popular e devem ser cobrados. A mobilização pode influenciar o resultado da próxima semana”, afirmou.

A vereadora do Recife e pré-candidata ao Senado Jô Cavalcanti (PSOL) disse que o ato buscou denunciar decisões recentes do Congresso Nacional. “O PL da Dosimetria reduz penas de golpistas condenados e abre caminho para anistiar quem tentou destruir a democracia”, declarou. Segundo ela, “tentaram passar a boiada e encontraram resistência. O Recife não compactua com golpistas”.

A deputada estadual Rosa Amorim (PT) avaliou que a mobilização envia um recado direto ao Congresso. “O povo está dizendo que não aceita acordos ou manobras para livrar golpistas da justiça. Pernambuco e o Brasil não concordam com isso”, afirmou.

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O deputado estadual João Paulo (PT) declarou que o protesto reafirma a posição do estado contra qualquer forma de anistia. “O povo foi às ruas para dizer que não aceitará atalhos para livrar golpistas da justiça. Não existe PL da dosimetria que mude isso. Quem atentou contra a democracia precisa responder por seus crimes”, disse.

Durante o ato, a vereadora Kari Santos (PT) voltou a utilizar a gaiola simbólica que representa a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, objeto já apresentado anteriormente na Câmara Municipal do Recife. Para ela, o gesto reforça a necessidade de responsabilização. “Não se trata de provocação, mas de memória e justiça. Não podemos normalizar tentativas de golpe nem aceitar anistia”, disse.

A vereadora Liana Cirne (PT) também se manifestou durante a mobilização. “Do lado da democracia, da Constituição e do povo brasileiro. Golpe não é opinião. Ataque à democracia é crime”, afirmou.

A mobilização no Recife integrou uma série de atos realizados em outras cidades do estado e do país, inclusive Caruaru e Petrolina.