Gonzaga Patriota anunciou que é "candidatíssimo" ao Senado. João Campos já tem quatro outros nomes para senador que podem agregar sua chapa
por Cynara Maíra
Publicado em 29/07/2025, às 08h51
A pouco mais de um ano do início da campanha de 2026, o xadrez político de Pernambuco começa a se tensionar, e não apenas pela disputa entre os pré-candidatos ao governo.
Com a provável candidatura do prefeito do Recife, João Campos (PSB), ao Palácio do Campo das Princesas, cresce a pressão também sobre a composição da chapa majoritária. E, no centro das articulações, está a disputa pelo Senado, que já movimenta diversos aliados do socialista.
Em meio a nomes fortes como Marília Arraes (Solidariedade), Silvio Costa Filho (Republicanos), Miguel Coelho (União Brasil) e Humberto Costa (PT), o ex-deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) declarou, publicamente, que será "candidatíssimo" ao Senado. O anúncio foi feito durante entrevista à Rádio Grande Rio AM.
A fala direta de Gonzaga, que já foi deputado estadual e cumpriu sete mandatos consecutivos na Câmara Federal, pode dificultar ainda mais a escolha de João Campos.
Aos 79 anos, Patriota tenta se firmar como opção do próprio PSB para ocupar uma das duas vagas disponíveis ao Senado por Pernambuco. A disputa, no entanto, promete ser acirrada dentro da base.
João Campos já está em meio a um dilema político delicado: só poderá apoiar dois nomes ao Senado, mas tem uma fila de pretendentes.
Miguel Coelho, por exemplo, já afirmou publicamente, inclusive no PodJá, que não abre mão da disputa. Marília Arraes também teve seu nome lançado pelo Solidariedade como pré-candidata à Casa Alta.
O ministro Silvio Costa Filho (Republicanos) percorre o estado defendendo sua pré-candidatura, já afirmando que sairá do Ministério para disputar a vaga.
No caso do PT, a sigla tem repetido que o apoio à reeleição de Humberto Costa é condição para seguir na aliança com João Campos. O senador, que termina o mandato em 2026, tem afirmado que a prioridade da legenda será reeleger o presidente Lula, mas que a permanência no Senado também será estratégica para o campo progressista.
Com quatro nomes consolidados disputando duas vagas, fora o novo pré-candidato do próprio PSB,João Campos está em meio a uma equação complexa.
Tradicionalmente, o partido daria prioridade a um nome interno, como Gonzaga Patriota. Mas o prefeito já indicou, inclusive ao montar seu secretariado, que busca formar uma base mais jovem, plural e diversa, mirando novas alianças.
Apesar de discreto, João não é indiferente aos cenários, que podem ampliar sua força em cidades comandadas por políticos aliados de Raquel Lyra (PSD) e serem seus emissários enquanto precisa focar na cidade do Recife.
Marília, por sua vez, já havia admitido no PodJá, o podcast do Jamildo.com, que sabia que sua vaga dependeria das articulações de 2026, mas que, de toda forma, estaria na base do primo.
Nos bastidores, o perfil conciliador de João Campos tem sido o trunfo para manter a coesão de sua base, mas a pressão aumenta com a tentativa de aumentar os aliados e conciliar interesses distintos.
Até lá, o prefeito deve seguir a cartilha que adotou ao anunciar seu secretariado para 2025: articulação intensa, silêncio estratégico e decisão tardia.
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