Com 15 votos contrários e 12 favoráveis, o projeto de Felipe Alecrim (Novo) foi barrado em sessão marcada por protestos e embates na tribuna
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 26/08/2025, às 16h57 - Atualizado às 18h32
Com a galeria lotada, a Câmara Municipal do Recife votou pela rejeição do Projeto de Lei número 147/2024, de autoria do vereador Felipe Alecrim (Novo), que estabelecia obrigatoriedade para os estabelecimentos da rede municipal de saúde orientar gestantes para os possíveis riscos em caso de aborto, antes de realizar o procedimento.
Em clima acalorado, o parlamentar iniciou o debate sob vaias de mulheres de movimentos sociais que assistiam a sessão. Após intervenção do presidente da sessão, o vereador Zé Neto (PSB), Felipe Alecrim classificou o PL como 'direito a vida'. "Se o direito de existir não for preservado, os demais direitos perdem o sentido", afirmou o líder da oposição na Câmara.
Além disso, o Alecrim defendeu que o projeto de lei é para orientar gestantes que foram vítimas de uma agressão ou crime. "Ninguém em sã consciência será a favor de uma realidade dessa", disse.
No relatório apresentado aos parlamentares, Felipe Alecrim afirma que, caso aprovado, a rede municipal do Recife iria apresentar de forma detalhada e com ilustrações, o desenvolvimento do feto semanalmente. Além disso, os profissionais de saúde seriam obrigados a mostrar vídeos e imagens do procedimento abortivo.
A vereadora Kari Santos (PT) também subiu a tribuna da Câmara Municipal e citou a Constituição Federal e o direito das mulheres ao aborto previsto em lei. “Ao invés de acolher, o Estado estaria colocando mais dor sobre quem já carrega um trauma. Isso é inaceitável e não vamos permitir retrocessos”, afirmou.
Com 15 votos contrários e 12 favoráveis, o PL do vereador Felipe Alecrim foi negado. Para Kari Santos, o resultado foi simbólico. “O Recife não aceitará a revitimização das mulheres. Seguiremos firmes na defesa da vida, da dignidade e dos direitos de todas aquelas que já sofrem com a violência”, comentou.
Para o vereador, o projeto foi rejeitado por uma orientação do PSB "alguns vereadores, por orientação dos líderes, votaram contrários. E se dizem católicos e evangélicos", afirmou em vídeo publicado nas redes sociais.
Saiba como votou cada um dos vereadores presentes nesta terça-feira (26):