Álvaro Porto diz que CPI da Publicidade não morreu e tira PSDB do governo

Em reunião do PSDB, Porto conseguiu tirar a legenda da base governista, mas evitou inserção direta na oposição. Liderança na Alepe ficou com Diogo Moraes

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 30/09/2025, às 07h29 - Atualizado às 08h22

Pessoas sentadas em uma mesa. Estão Álvaro Porto, Diogo Moraes e Débora Almeida. Ao fundo tucano do PSDB
Reunião do PSDB decidiu que legenda sai do bloco governista para ir ao - Divulgação

A reunião do diretório estadual do PSDB na segunda-feira (29) tirou a legenda da base da governadora Raquel Lyra (PSD) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Por 2 votos a 1, a sigla adotou uma posição de "independência".

O encontro entre Álvaro Porto, Diogo Moraes e Débora Almeida gerou na oficialiação do ex-socialista como o novo líder da bancada, decisão que tinha sido feita às vésperas da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os contrato de publicidade do Governo Raquel Lyra. 

Antiga legenda da governadora, o PSDB saiu do bloco governista e se declarou independente.  O presidente estadual do PSDB e da Alepe, deputado Álvaro Porto, e Diogo Moraes votaram pela saída do bloco governista, apenas Débora Almeida, até então líder, votou contra. O deputado Izaías Régis não compareceu.

"Por respeito a eles [Débora Almeida e Izaías Régis], a gente não declarou estar na oposição", disse Porto, embora na prática a mobilização aproxima o PSDB da oposição.

Com a mudança, Débora Almeida não é mais titular do PSDB que ocupava nas comissões de Justiça e de Finanças, que agora serão de Diogo Moraes.

"Não mudei de entendimento, quem mudou foi o partido", declarou Almeida, afirmando que continuará defendendo o governo e que avalia deixar o PSDB na próxima janela partidária.

CPI suspensa, mas não "morta"

A manobra para colocar Diogo Moraes na liderança começou em agosto, com o objetivo de fortalecer a oposição na CPI da Publicidade, que investiga contratos do governo. A comissão, no entanto, teve sua composição anulada pela Justiça por irregularidades na indicação de membros que haviam acabado de se filiar aos partidos, como o próprio Moraes.

Apesar da suspensão, segundo a Folha Política,  Álvaro Porto afirmou na reunião de segunda que a CPI não acabou. "Por ordem judicial, está suspensa. E a isso a gente obedece. Estamos cumprindo os prazos. Quando sair um posicionamento da Justiça, voltamos a discuti-los", disse o presidente da Alepe.

Com a decisão interna do partido, Diogo Moraes será o indicado do PSDB para a CPI, mas a vaga depende da resolução do impasse judicial. Na apresentação judicial de Débora Almeida, a deputada argumenta que os membros da comissão estaria sujeita à composição dos partidos no período de início, o que impediria Diogo Moraes de assumir a vaga. 

A saída do PSDB da base governista é o ápice de um conflito que se intensificou após Raquel Lyra deixar o partido para se filiar ao PSD. Em resposta, a executiva nacional do PSDB entregou o comando da sigla em Pernambuco a Álvaro Porto, adversário político da governadora.