Plantão Jamildo.com | Publicado em 18/06/2025, às 14h35 - Atualizado às 14h56
Levantamento do Instituto Informa sobre o cenário político de Pernambuco para as eleições de 2026 mostra que o senador Humberto Costa (PT) teria melhor desempenho eleitoral caso conte com o apoio da governadora Raquel Lyra (PSD), candidata à reeleição, do que se estiver no palanque do prefeito do Recife, João Campos (PSB).
A pesquisa, realizada entre os dias 23 de maio e 10 de junho com 1.535 eleitores pernambucanos, trouxe recortes sobre a disputa pelas duas vagas ao Senado no próximo ano, considerando o apoio de figuras centrais da política estadual, que vão disputar a vaga no Executivo Estadual.
Segundo o instituto, Humberto Costa é o nome mais lembrado entre os que afirmam votar em candidatos apoiados por Raquel Lyra. Nesse grupo, o petista aparece com 24,2% das intenções de voto, seguido por Anderson Ferreira (PL), com 18,1%, e Eduardo da Fonte (PP), com 9,3%.
Entretanto, no universo dos eleitores que se alinham ao prefeito João Campos, Humberto perde protagonismo. A liderança nesse segmento é de Marília Arraes (Solidariedade), que marca 28,4%. Humberto vem na segunda posição, com 16,3%, e é seguido por Miguel Coelho (União Brasil), com 12,3%.
O dado chama atenção porque reforça que o eleitorado da governadora pode ser decisivo para a tentativa de reeleição do atual senador, trazendo de volta o debate de palanque duplo do presidente Lula em Pernambuco, defendida por alas do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco.
Além disso, mostra uma dificuldade em Humberto Costa se manter relevante eleitoralmente no grupo que, em tese, faz parte, visto que o PSB tem o vice-presidente, Geraldo Alckmin e está na ala governista no Congresso Nacional.
O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, aparece em desvantagem de 7 pontos percentuais contra Humberto na pesquisa geral — 10,6% contra 17,5%, considerando a margem de erro de três pontos percentuais, os dois estão empatados tecnicamente. Ele também surge como terceiro colocado no segmento de eleitores ligados a João Campos, com 12,3%.
Essa colocação fortalece a tentativa de Miguel de se viabilizar como alternativa da futura federação União Brasil/PP para uma das vagas. O ex-prefeito tem explorado esse espaço com críticas diretas aos atuais senadores, inclusive Humberto Costa.
No PodJá, Miguel criticou os senadores pernambucanos, além de Humberto Costa, fazem parte Teresa Leitão e Fernando Dueire - que também concorre à reeleição. Segundo ele, a atuação dos parlamentares da Casa Alta estão ligadas a "alinhamentos ideológicos". Antes disso, criticou o senador petista sobre repasses de emendas.
Já Humberto Costa, durante coletiva de imprensa ao tomar posse como presidente interino do PT, disse que Coelho é um "Bolsonarista que mudou de posição", colocando Miguel como adversário da Frente Popular e que tentava antecipar as eleições.
No cenário espontâneo, onde os eleitores podiam indicar dois nomes, Marília Arraes lidera com 21,7%. Ela também detém os maiores índices de fidelidade, com 28,1% dos eleitores dizendo que “certamente votariam” nela e outros 17,4% indicando que “provavelmente votariam”.
É também Marília quem lidera com mais folga no segmento que vota com João Campos, o que reforça a hipótese de que ela poderá integrar a chapa majoritária do PSB em 2026. A aproximação entre os dois tem sido progressiva desde as eleições de 2022, quando João subiu no palanque com a prima no segundo turno e, depois, em 2024, quando Marília declarou apoio à reeleição de João na Prefeitura do Recife.
Com 14,1% das intenções de voto na pesquisa espontânea, Anderson Ferreira (PL) aparece como o nome mais competitivo do campo da direita na disputa ao Senado. O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes empata tecnicamente com Humberto Costa na segunda colocação e se mantém à frente de outros nomes como Miguel Coelho e Eduardo da Fonte.
Quando o cenário é filtrado pelos eleitores que votariam em um candidato apoiado por Raquel Lyra, Anderson aparece com 18,1%, ficando atrás apenas de Humberto Costa. O dado indica que sua aproximação com o Palácio do Campo das Princesas pode viabilizar sua candidatura em uma chapa majoritária, visto o baixo desempenho de uma terceira via na disputa pelo governo de Pernambuco.
Ele também apresenta índice razoável de certeza de voto (15% dizem que votariam com certeza nele), embora enfrente resistência significativa: 32,9% afirmam que não votariam de forma alguma.
Apesar de ocupar o cargo de ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos) apresenta desempenho aquém do esperado na corrida pelo Senado. Ele aparece com apenas 3,2% das intenções de voto no levantamento geral e com índices baixos também nos recortes de eleitorado.
Entre os eleitores que votariam em candidatos apoiados por João Campos, Silvio é citado por 5,5% — desempenho que o deixa atrás de Marília Arraes, Humberto Costa e Miguel Coelho. No grupo de Raquel Lyra, sequer figura entre os mais mencionados, o que sugere baixa penetração na base da governadora, apesar de entregas em conjunto do presidente estadual do Republicanos com o Palácio do Campo das Princesas.
O nível de desconhecimento sobre Silvio também é expressivo: 30,2% dizem não conhecê-lo o suficiente para votar, e seu índice de rejeição (“certamente não votaria”) está em 32,5%.
O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) aparece na quinta colocação geral, com 8% das intenções de voto. No recorte entre eleitores que votariam com Raquel Lyra, é o terceiro mais lembrado, com 9,3%, atrás de Humberto e Anderson Ferreira. O deputado federal está na base da governadora e emplacou cargos para seus aliados, como Kaio Maniçoba na secretaria do Turismo, Michele Collins na administração da Arena Pernambuco e Paulo Nery com o Porto do Recife. Já no grupo de João Campos, seu desempenho é frágil: apenas 1,9% dos apoiadores do prefeito mencionam seu nome.
Eduardo tem 9,7% de eleitores que dizem votar “com certeza” nele, e mais 12,9% que afirmam que “provavelmente” o fariam. Ao mesmo tempo, carrega uma taxa de rejeição considerável: 35,2% dizem que não votariam nele de forma alguma.
Outro dado relevante é que 27,1% dos entrevistados dizem não conhecê-lo o suficiente para decidir. Isso revela uma margem para crescer e tornar-se mais competitivo na disputa pelo Senado.
O atual senador Fernando Dueire (MDB), que ocupa a vaga de Jarbas Vasconcelos desde 2023, enfrenta um problema central: falta de conhecimento popular. Ele, que foi eleito como suplente, aparece com apenas 2,7% na pesquisa geral e, entre todos os nomes testados, é o que tem maior percentual de eleitores que dizem não conhecê-lo o suficiente para votar — 45,3%.
Mesmo com a visibilidade do mandato e ser considerado um nome técnico nos bastidores, Dueire não conseguiu, a um ano e meio das eleições, consolidar uma presença eleitoral, também com margem para crescimento entre quem o desconhece. Apenas 2,2% dos entrevistados dizem que votariam “certamente” nele, e outros 5,3% afirmam que “provavelmente” o fariam. No entanto, 32,4% rejeitam sua candidatura de forma definitiva, e outros 14,8% tendem a não votar.
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