Cynara Maíra | Publicado em 08/10/2025, às 07h18 - Atualizado às 07h52
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), julgou procedente a reclamação da advogada Ana Paula da Silva Azevedo e determinou a retomada imediata do processo de escolha do novo desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) pelo Quinto Constitucional.
A decisão, publicada na terça-feira (7), cassa os acórdãos do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) que haviam alterado a lista sêxtupla original da OAB-PE.
A mudança retoma a lista homologada pela OAB-PE em novembro de 2024, que agora seguirá para o TJPE para a formação da lista tríplice. A disputa estava paralisada desde julho, quando o próprio Moraes concedeu uma liminar suspendendo o processo.
No despacho, o ministro reafirmou a autonomia da OAB para conduzir o processo seletivo e a legitimidade da banca de heteroidentificação, que havia sido questionada nas decisões anteriores.
A controvérsia começou com a aplicação das cotas de gênero e racial no edital da OAB-PE. A advogada Ana Paula Azevedo foi aprovada pela comissão de heteroidentificação da UFPE para concorrer na vaga de cotista racial. Já a advogada Diana Câmara, que também se autodeclarou negra, foi reprovada pela mesma comissão.
Diana Câmara conseguiu uma liminar no Conselho Federal da OAB para concorrer como cotista e obteve a terceira maior votação geral (5.293 votos). Após a eleição, no entanto, o Conselho Pleno da OAB revogou a liminar, seguindo o parecer da comissão de heteroidentificação.
Com a mudança, a OAB-PE homologou a lista final com Diana Câmara na ampla concorrência (por sua alta votação) e Ana Paula Azevedo na vaga de cota racial feminina. Essa composição excluiu a advogada Taciana de Castro, que havia sido a quarta mais votada no geral.
Ambas as decisões manteriam Diana Câmara na lista, o diferencial seria para as outras candidatas.
Taciana recorreu à Justiça Federal e conseguiu uma liminar para ser reintegrada à lista, o que foi mantido pelo TRF-5. Essa decisão judicial alterou a lista da OAB-PE, mantendo Diana como cotista e excluindo Ana Paula, o que motivou a reclamação ao STF.
Na decisão final, Alexandre de Moraes entendeu que o TRF-5 violou o entendimento do STF ao interferir no mérito administrativo da OAB e desconsiderar a avaliação da banca de heteroidentificação, cuja legitimidade foi validada na Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) 41.
"A opção deliberada da candidata em permanecer concorrendo à vaga cotista, de forma precária, não assegura sua ocupação em vaga reservada, sob pena de se preterir os critérios de heteroidentificação", escreveu o ministro.
Com a cassação das decisões judiciais, a lista sêxtupla que segue para o TJPE é a originalmente homologada pela OAB-PE:
Adriana Caribé
Carlos Gil Filho
Diana Câmara
Ana Paula Azevedo
Alexandre Bartilotti
Paulo Arthur Monteiro
Jarbas Filho cobra correção da bancada do MDB após suspensão da filiação de Waldemar Borges
TCE pede que Raquel Lyra adote medidas sobre crianças em situação de rua
Presidentes da Alepe e da Câmara do Recife destacam contribuição de Jamildo para a comunicação digital