Debate sobre segurança pública domina sessão na Alepe com embate entre deputados

Parlamentares discutiram concursos, licitação de R$ 16 milhões e operações policiais em sessão marcada por embate e divergências na Alepe

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 12/11/2025, às 15h26

Plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco
Plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco - DIVULGAÇÃO

Sessão da Alepe foi marcada por debate sobre segurança pública.

Gleide Ângelo criticou decisão de realizar novo concurso da Polícia Civil.

Romero Albuquerque questionou licitação milionária e obras atrasadas.

Joel da Harpa e Dani Portela divergiram sobre operação policial no Rio.

Violência se tornou a principal preocupação nacional. Pesquisa da Quaest revela que é a principal demanda para 38% dos entrevistados, superando economia (15%). A pauta da segurança, impulsionada pela recente operação policial no Rio de Janeiro e por declarações do presidente, reacendeu o debate público e reorganizou prioridades da população.

Por dentro do debate social, assuntos ligados ao tema dominaram a reunião plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na terça-feira (11). 

A deputada Delegada Gleide Ângelo (PSB) criticou declarações recentes da governadora sobre o concurso da Polícia Civil. Segundo a parlamentar, a decisão de realizar um novo certame, em vez de convocar os aprovados do cadastro de reserva, pode atrasar a reabertura de delegacias e batalhões prometida pelo Executivo. Gleide argumentou que o processo de formação dos novos servidores leva, em média, um ano e meio.

Quais são os batalhões que serão criados e com que efetivo? Porque se for tirar policial de um canto pra botar no outro, você trocou seis por meia dúzia, você não resolve o problema”, afirmou. A deputada ressaltou a necessidade de ampliar o efetivo para garantir o funcionamento das unidades e reforçar a segurança nas ruas.

Críticas a licitação e obras paradas

Outro ponto debatido foi a licitação de R$ 16 milhões aberta pelo Governo do Estado para compra de mobiliário destinado a delegacias e batalhões. O deputado Romero Albuquerque (União) questionou o gasto, afirmando que o processo foi iniciado antes da conclusão das obras dos prédios que receberão os equipamentos.

Com esse valor, daria para construir dez novas delegacias”, declarou o parlamentar, que também cobrou explicações sobre o atraso na construção de 25 delegacias e 12 complexos policiais anunciados em 2023 no âmbito do programa Juntos pela Segurança.

Operações e divergências sobre segurança pública

Durante a mesma sessão, o deputado Jarbas Filho (MDB) elogiou a Operação Papai Noel, articulada entre o Governo Estadual, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o grupo Mães do Centro. A ação, que começa nesta sexta-feira (14), visa reforçar a segurança nas áreas comerciais do Recife durante o período de compras de fim de ano.

São cerca de 1.300 lojas espalhadas pelos bairros de São José, Santo Antônio e Boa Vista. A expectativa é de 1 milhão de pessoas circulando no centro e aumento de 10% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado”, disse o deputado. Ele também destacou a redução de crimes contra o patrimônio em setembro, atribuindo o resultado ao reforço de mais de dois mil policiais militares nas ruas desde agosto.

O deputado Joel da Harpa (PL) voltou a defender o voto de aplauso ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, por operação policial que resultou em 121 mortes. O parlamentar afirmou que a ação representa “uma mensagem de enfrentamento ao crime” e defendeu o uso de força letal em confrontos armados.

Em resposta, a deputada Dani Portela (PSOL) classificou a operação como uma “chacina” e defendeu que políticas de segurança devem priorizar inteligência e combate às fontes de financiamento do crime. “A operação é considerada um fracasso porque ela saiu com um número muito maior de corpos estendidos no chão do que de pessoas presas”, afirmou.