Para alguns faxina, para outros chacina, a verdade é que a matança nas favelas do Rio de Janeiro reavivou o debate sobre segurança pública no Brasil
por Jamildo Melo
Publicado em 12/11/2025, às 12h19 - Atualizado às 12h58
A pesquisa Genial/Quaest revelou que, embora 67% dos brasileiros aprovem a operação policial no Rio de Janeiro, 55% não gostariam de ver ação semelhante em seu próprio estado.
A rejeição é maior em cidades pequenas, chegando a 63%, e no Sudeste, com 58%.
Mesmo com mais de 120 mortos, a maioria (67%) não considera que houve uso excessivo da força policial.
O levantamento também aponta que os brasileiros atribuem a crise da segurança não só ao Executivo, mas também ao Judiciário e ao Legislativo. Pedem principalmente leis mais duras e penas maiores — uma demanda que supera sugestões sociais ou educacionais.
A pesquisa da Quaest sobre a popularidade do governo Lula depois da operação policial nas favelas do Alemão e Penha mostra que a maioria dos entrevistados pelo Brasil aprova operação policial no Rio, mas não quer a mesma matança em sua cidade. Ou mesmo em sua região.
Na pesquisa, a Quaest perguntou aos entrevistados se eles gostariam de ter uma operação igual em seu Estado. 55% respondeu que não gostaria. O sim teve apenas 42% das respostas.
A maior aceitação para uma ação semelhante, de 43% das respostas sim, ocorreu em cidades com população acima dos 500 mil habitantes. Mas, mesmo nestas, a reprovação chegou a 54%. O recorde de negativas, com 63%, deu-se na cidades menores, entre 20 mil e 50 mil habitantes.
Nenhuma das regiões pesquisadas quer uma operação policial igual. No Sudeste, a taxa de recusa chega a 58%. No Sul, soma 54%, igual ao verificado no Nordeste. A menor taxa de recusa está no Centro Oeste e Norte.
Apesar de mais de 120 mortos, de acordo com a pesquisa a maioria dos entrevistados (67%) disse não achar que a polícia exagerou na força empregada. Para 29%, sim, houve exagero da força.
Até no Nordeste a aprovação à operação foi alta, com 66% de aprovação e 27% de desaprovação. No Sul, chegou a 74% a aprovação.
Os dados da pesquisa permitem a leitura de que a crise da segurança pode ser dividida com o Judiciário ou Legislativo.
As resposta indicam que tanto governo Federal quanto estaduais tem avaliação regular neste campo.
No entanto, quando são perguntados que medidas seriam necessárias para melhorar a segurança pública e reduzir a violência, os entrevistados respondem com ações que não são responsabilidade do Executivo.
Conforme os dados enviados ao site Jamildo.com, a maioria esmagadora, com 46%, pediu leis mais rígidas e penas maiores, além da resposta "Justiça não soltar criminosos"
Bem lá embaixo, a segunda resposta mais citada, com 27%, aparece a sugestão de mais educação, oportunidades e medidas sociais. 11% fala em mais policiamento nas ruas.