Raquel Lyra cobra Alepe por liberação de empréstimos; Álvaro Porto rebate acusações

Governadora pede celeridade na aprovação de créditos que somam R$ 2,5 bilhões, enquanto o presidente da Alepe critica suposto discurso de vitimização

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 16/09/2025, às 16h40

Governadora Raquel Lyra e presidente da Alepe, Álvaro Porto - Yacy Ribeiro
Governadora Raquel Lyra e presidente da Alepe, Álvaro Porto - Yacy Ribeiro

A governadora Raquel Lyra (PSD) sancionou, na manhã desta terça-feira (16), no Palácio do Campo das Princesas, a lei que autoriza o Governo de Pernambuco a contratar empréstimo de R$ 1,5 bilhão. A cerimônia contou com deputados estaduais e foi marcada por um apelo da chefe do Executivo para que a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprove com rapidez as demais operações de crédito em tramitação, que somam mais de R$ 2,5 bilhões.

Eu já estou conversando com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, com as instituições financeiras, e temos projetos e licitações prontos para dar ordem de serviço. Eu não posso dar um prazo, porque vou ser cobrada, mas quero que seja em tempo recorde. Esse R$ 1 bilhão e meio vai virar estrada, vai virar hospital, e vocês vão poder acompanhar de perto a entrega dessas obras”, declarou Raquel.

Mais cedo, em entrevista, a governadora criticou o atraso de mais de cem dias na votação do empréstimo, atribuindo a demora a disputas políticas e reforçando que os recursos são essenciais para manter a competitividade de Pernambuco frente a outros estados da região. “Olha para Bahia, Paraíba, Alagoas, Ceará, as estradas estão boas, as coisas estão acontecendo, e Pernambuco só é competitivo se tiver investimento acontecendo aqui”, afirmou.

Raquel ainda destacou que a oposição tem papel legítimo de fiscalização, mas criticou o que considera atraso deliberado na tramitação. “Não dá pra querer atrapalhar o crescimento do nosso estado buscando uma política menor. Esse dinheiro não é para mim, é para o povo pernambucano. É para obras, estradas, hospitais”, completou.

Entre os projetos em análise estão:

  • PL 3057/2025 – autoriza contratação de R$ 1,7 bilhão para projetos estratégicos previstos no Plano Plurianual (PPA) 2024-2027.
  • PL 3088/2025 – prevê até US$ 157 milhões (cerca de R$ 800 milhões) junto ao Banco Mundial e ao BID, destinados a programas de modernização da gestão fiscal (Progestão e Profisco III).

Ambos já receberam emendas na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) que reforçam transparência na aplicação dos recursos. A base governista deve manter estratégia da última operação de crédito de derrubar substitutivos para garantir aprovação integral das matérias.

Crítica da Alepe

Raquel Lyra assina documento sorrindo enquanto Álvaro Porto observa com as mãos na cintura. Ao fundo há as bandeiras do Brasil e de Pernambuco, é possível notar que eles estão no Palácio do Campo das Princesas

O presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), rebateu as declarações da governadora e afirmou que a tentativa de atribuir à oposição a culpa pelo atraso das obras é uma estratégia previsível e constrangedora do governo.

O atual governo vem terceirizando responsabilidades desde que assumiu. Já jogou culpa nas costas da gestão anterior e agora acusa a oposição. De proveitoso nessa narrativa só mesmo o fato de que Pernambuco precisa e espera que a gestão corra atrás do prejuízo”, afirmou.

Porto afirmou que, entre 2023 e 2025, a Alepe aprovou mais de R$ 10 bilhões em empréstimos a pedido do governo, mas apenas R$ 2,8 bilhões foram captados. “Quem está atravancando o desenvolvimento de Pernambuco? A oposição ou a gestão que, mesmo com crédito autorizado, não consegue o dinheiro?”, questionou.

Segundo o deputado, a Casa legislativa tem cumprido seu papel de fiscalizar a aplicação dos recursos. “O governo prefere inflar o seu discurso afirmando que existe ação deliberada da oposição para atrasar o crescimento. Na verdade, a oposição, usando a prerrogativa de fiscalizar, se recusa a dar carta branca a uma gestão que se revelou lenta e ineficaz”, completou.