No PodJá, Ivete Caetano também cobrou respeito à laicidade do Estado e à pluralidade religiosa nas escolas públicas
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 10/05/2025, às 12h11
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Ivete Caetano, afirmou que o Estado ainda enfrenta um grave problema de ausência de professores em sala de aula, mesmo com milhares de contratos temporários em vigência.
Em entrevista ao PodJá, o podcast do Jamildo, que vai ao ar neste sábado (10), às 14h, Ivete abordou questões como o não aproveitamento do cadastro de reserva do último concurso da educação, a previsão de pagamento da quarta parcela do Fundef e a polêmica sobre atividades religiosas em escolas públicas.
Durante a entrevista, Ivete destacou que o Sintepe tem adotado medidas jurídicas para pressionar o governo a convocar os aprovados no cadastro de reserva do concurso da educação — não apenas para o cargo de professor, mas também para analistas e administrativos.
“A prorrogação do concurso dos analistas e administrativos foi fruto de uma ação nossa no Ministério Público. O MP chamou o governo do estado, chamou o Sintepe, e foi feita uma recomendação para prorrogar o concurso”, explicou.
Segundo ela, apesar de haver mais de 12 mil contratos temporários vigentes, a convocação de 1.770 professores aprovados no concurso ainda não ocorreu. Ivete considera essa situação injustificável diante da realidade da rede estadual.
“Mesmo que o governo convocasse todo o cadastro de reserva, ainda faltaria gente. A rede é tão grande que os 1.770 não dariam conta dos mais de 12 mil contratos temporários existentes. Eu estive numa escola essa semana e estava faltando professor”, relatou.
O Sintepe também solicitou à sua assessoria jurídica a viabilidade de uma ação civil pública para garantir a convocação dos aprovados. “Estamos aguardando os desdobramentos tanto no Ministério Público quanto no Tribunal de Contas”, acrescentou.
Questionada sobre os precatórios do Fundef, Ivete explicou que o repasse da quarta parcela aos profissionais da educação sofreu atraso devido à demora na votação do orçamento da União para 2025, que só foi concluída no início deste ano.
“Se os deputados tivessem votado o orçamento em novembro, provavelmente agora em maio já estaríamos recebendo. Mas houve uma disputa com o governo federal por causa das emendas e isso segurou tudo”, disse.
A previsão, segundo Ivete, é de que o pagamento seja feito “no final deste semestre ou início do próximo”. A verba já está prevista no orçamento e aguarda apenas a liberação dos recursos federais.
A presidente do Sintepe também se posicionou sobre a polêmica envolvendo a realização de atividades religiosas em escolas públicas, o chamado "intervalo bíblico". Segundo Ivete, o sindicato não é contra manifestações de fé, mas sim contra o uso institucional de espaços públicos escolares para práticas de uma única religião.
“Nunca fomos contra as pessoas orarem ou rezarem. Mas o espaço da escola é plural. Você não pode usar a quadra para uma religião quando há estudantes de outras crenças. Isso é imposição”, afirmou.
Ela reforçou que o Sintepe defende o princípio do Estado laico e que o papel do servidor público é respeitar todas as manifestações religiosas:
“Você não pode, como professor ou diretor, professar sua fé para convencer estudantes. O servidor público precisa respeitar a religião de todos. Escola não é espaço para proselitismo”, completou.
A entrevista completa com Ivete Caetano vai ao ar neste sábado (10), às 14h, no canal do YouTube do Jamildo, com falas sobre concursos, Fundef e laicidade nas escolas
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