Pesquisa da Quaest avaliou 3,6 milhões de mensagens sobre o Escandâlo do INSS; saiba mais

Foram avaliadas 818 mil pessoas por dia. O vídeo de Nikolas Ferreira sobre o tema corresponde a 20% de todos os links compartilhados sobre o caso

Clara Nilo

por Clara Nilo

Publicado em 14/05/2025, às 17h03 - Atualizado às 19h45

Público da direta responsabiliza o atual presidente Lula, mesmo com o início do escândalo acontecendo na gestão Bolsonaro - Canva e Reprodução
Público da direta responsabiliza o atual presidente Lula, mesmo com o início do escândalo acontecendo na gestão Bolsonaro - Canva e Reprodução

De acordo com pesquisa divulgada pela Quaest, na qual foram avaliadas 3,6 milhõesde mensagens citando o Escândalo do INSS, em 30 mil grupos monitorados, a repercussão do assunto superou a de outros temas políticos, como a suposta taxação do Pix e o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Por dia, 818 mil pessoas foram alcançadas e, de acordo com a apuração dos dados, o vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL) publicado no Instagram corresponde a 20% de todos os links compartilhados sobre o caso.

A pesquisa dividiu a análise sobre a disseminação do tema em três "picos de volume", que seriam três momentos em que o volume de menções ao tema subiu rapidamente na comparação com os dias anteriores. 

O primeiro pico foi quando a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União revelaram o esquema bilionário (23 de abril); o segundo foi quando a PF divulgou um relatório sobre o caso (29 de abril) e o terceiro foi entre os dias 06 e 07 de maio, quando o deputado Nikolas Ferreira publicou um vídeo sobre o tema em suas redes sociais.

No primeiro, a pesquisa indicou que as mensagens tinham um ar mais noticioso e, assim, seguiu-se por alguns dias. A partir do dia 29 de abril, início do segundo pico, quando a PF divulgou que o prejuízo estimado era de R$6,3 bilhões entre 2019 e 2024, o tom das mensagens mudou drasticamente. 

A partir deste momento, a linguagem passou a ser acusatória e, em grupos de direita e extrema direita, o principal assunto foi o suposto envolvimento do irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no esquema. De acordo com a Quaest, termos como "Luladrão" foram "ressuscitados". Os bolsonaristas passaram a responsabilizar, ainda mais, Lula e o Partido dos Trabalhadores pelo crime, mesmo tendo começado na gestão Bolsonaro.  

Para os bolsonaristas, parte dessa responsabilidade do atual presidente seria por uma suposta revogação da lei antifraudes, que havia sido sancionada por Bolsonaro.

Já na última onda, quando o deputado Nikolas Ferreira divulga um vídeo falando sobre o esquema de fraudes e pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), houve um aumento de 204% nas menções ao tema dentro de 24 horas.

Quando comparado aos primeiros dias de repercussão da suposta taxação do Pix, o alastramento do assunto envolvendo o Escândalo do INSS teve um volume 2,6 vezes maior. O vídeo publicado pelo deputado, inclusive, teve 108% mais de menções do que o vídeo que ele postou em janeiro de 2025, que também viralizou.