No PodJá, Humberto Costa defende foco em bancada de Lula e avalia gestão de Raquel Lyra

Senador defende fortalecimento da base de Lula no Senado e avalia os desafios da governadora Raquel Lyra em meio à disputa estadual

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 12/07/2025, às 12h37 - Atualizado às 14h06

Humberto Costa e Jamildo Melo, no PodJá - PODJÁ
Humberto Costa e Jamildo Melo, no PodJá - PODJÁ

O senador Humberto Costa (PT) é o convidado deste sábado do PodJá - o podcast do Jamildo, onde comentou temas como sua trajetória política, o legado deixado como ministro da Saúde, a possibilidade de disputar a reeleição em 2026 e o cenário político em Pernambuco. Ainda sem definição sobre a aliança que representará o presidente Lula no estado, Humberto disse que o partido começa agora a discutir palanques e estratégias.

Para o senador, seu maior legado político foi como ministro da Saúde, no primeiro governo Lula. “Eu criei o SAMU, que é uma política pública considerada uma das melhores do governo federal em qualquer tempo. Fui criador da Farmácia Popular, do Brasil Sorridente. Além de coisas que, como ministro, eu fiz por Pernambuco, entre elas a implantação da Hemobrás, que hoje é uma referência internacional”, destacou.

Palanque de Lula em Pernambuco

Ao ser questionado sobre a montagem do palanque do presidente Lula no estado para 2026, Humberto explicou que ainda não há definição, mas que o diálogo será construído nos próximos meses. “Nós ainda estamos num processo de conversas. Estou concluindo meu mandato como presidente do PT e já estamos fazendo o debate sobre como o PT vai se posicionar nos estados”, afirmou.

Com boa relação tanto com João Campos (PSB) quanto com a governadora Raquel Lyra (PSD), Humberto disse que a política local exigirá definições claras. “Eu tenho uma excelente relação com o prefeito do Recife, temos uma história com o PSB. Ao mesmo tempo, tenho também uma excelente relação com a governadora, já fizemos algumas parcerias.”

Humberto afirmou que o principal foco será a eleição do presidente e da bancada do Senado. “Mais do que a preocupação em eleger o PT, nós temos que ter a preocupação de eleger uma bancada do presidente Lula. Se ele for vitorioso e tiver o Senado com maioria da extrema direita, será muito difícil governar”, disse. No PodJá, o presidente eleito do PT em Pernambuco, Carlos Veras, afirmou que independente do palanque, o candidato ao governo deve ter o plano de eleger Lula ao quarto mandato e a reeleição de Humberto.

Sobre a pesquisa do Instituto Informa que o colocam com apoio de 24% dos eleitores de Raquel Lyra, o senador avaliou que ainda é cedo para qualquer leitura definitiva. “As pessoas não estão nem um pouco preocupadas com a eleição ainda. Demonstra que eu não tenho nenhum tipo de aresta com nenhum dos lados.”

Avaliação do governo Raquel e críticas ao orçamento impositivo

O senador também comentou a atuação da governadora Raquel Lyra (PSD). “Administrativamente, o governo começou mal, com dificuldades de transformar planos em ações concretas. Mas hoje eu vejo que houve avanços em áreas como estradas, habitação e abastecimento de água.”

Segundo ele, o maior problema da atual gestão é político. “A dificuldade de construir pontes, de se relacionar. Isso não é intransponível, mas é um obstáculo. Ela deve ter suas razões, mas não diz quais são. Existem mil especulações. Se acha que o valor das emendas parlamentares é muito alto, deveria explicar para a população.”

Aproveitando o comentário sobre as emendas, Humberto também criticou o atual modelo orçamentário do Congresso Nacional, que ficam com R$ 52 bilhões do orçamento. “Fica difícil para qualquer governo funcionar num Congresso com metade do orçamento. Isso é um problema para o país. As emendas destroem o planejamento dos ministérios, ocupam uma parcela significativa do investimento e não há fiscalização adequada.”

Sobre um possível fim ou reformulação do modelo, para que volte o presidencialismo de coalisão, o presidente nacional do PT lembrou da CPI dos Anões do Orçamento como um momento de virada. “Vai ter uma hora que vai ser preciso mudar tudo também”, afirmou.

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