João Campos sai em defesa de Lula e Alckmin durante debate com governador de Goiás

Durante debate, prefeito do Recife rebateu Ronaldo Caiado, defendeu a articulação de Lula e Alckmin e reforçou apoio à chapa presidencial para 2026

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 02/08/2025, às 10h52

João Campos tem proximidade com o presidente Lula - Marcelo Camargo/Agência Brasil
João Campos tem proximidade com o presidente Lula - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), defendeu a atuação do governo federal na condução da crise diplomática envolvendo os Estados Unidos e o Brasil, durante participação na mesa de debates promovida pelo jornal O Globo, na última sexta-feira (2), ao lado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) e com mediação da jornalista Vera Magalhães.

Durante o debate, Caiado afirmou que a crise favoreceria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) politicamente. "Essa crise interessa ao Lula mantê-la, porque teve crescimento de popularidade nas pesquisas. Mas essa é uma crise que pode impor a nós sérias consequências econômicas, não pode ficar de brincadeira", declarou.

João Campos rebateu a fala do governador de Goiás e defendeu a condução da crise por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que acumula a função de ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O prefeito do Recife, que tem manifestado apoio à manutenção de Alckmin na chapa presidencial em 2026, destacou o esforço conjunto dos dois para buscar uma solução institucional. “Lula está com visão muito lúcida disso: sabe que é um absurdo o que foi feito, mas precisa buscar uma alternativa. A questão é que hoje os EUA não querem conversar. O presidente não quer prolongar isso, quer resolver o quanto antes”, afirmou.

João Campos também comentou a crise institucional provocada pelas sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e aos desdobramentos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. "É importante ter clareza. Primeiro, eu vejo como cortina de fumaça ele [Donald Trump] querer atacar as instituições e colocar a responsabilidade no processo do ex-presidente Bolsonaro", disse.

Posições divergentes sobre segurança pública

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que prevê mudanças na relação entre os entes federativos na condução das políticas de segurança, também foi debatida. Para Caiado, a PEC representaria uma tentativa de centralização de competências. "Ela veio com um só objetivo: querer criar uma subordinação das políticas estaduais a uma política federal, que nunca combateu nada", afirmou.

João Campos, por sua vez, reconheceu a importância da atuação coordenada entre os níveis de governo, mas ponderou que a efetividade da política pública depende do equilíbrio institucional. "Reconheço que parte da esquerda tem dificuldade nesse tema, assim como parte da direita. É preciso equilíbrio. E não se pode dar vez ao crime", afirmou. Ele também citou a política de segurança pública implantada em Pernambuco pelo seu pai, Eduardo Campos, o Pacto Pela Vida, como um fator que impediu a expansão de facções criminosas no estado.

Quando houve a política de UPPs no Rio, muitas facções saíram e se instalaram em outros estados, como Bahia, Ceará. Não entraram em Pernambuco, porque havia política de segurança forte de proteção ao território”, concluiu.

Saída do União Brasil do governo

Ao longo do debate, Ronaldo Caiado também falou sobre a posição de seu partido em relação ao governo federal. Segundo ele, União Brasil deverá romper oficialmente com a gestão Lula em breve, após deliberação da executiva nacional. "Com essa reunião, a gente espera entregar cargos e anunciar que, realmente, a gente vai lançar uma pré-candidatura para disputar em 2026", disse.