Próximo da eleição do PT-PE, Humberto Costa disse em entrevista que João Campos não contemplou seus aliados. Senador cita sobre Raquel Lyra
por Cynara Maíra
Publicado em 13/05/2025, às 06h58 - Atualizado às 08h00
Com a oficialização da eleição no PT de Pernambuco pela direção do diretório, o senador Humberto Costa (PT), presidente nacional da legenda, citou um dos pontos de divergência que levaram a ampliar o número de candidatos.
Até então em grupos próximos, Humberto Costa e Teresa Leitão aparentam estar em atrito. A representação disso é a inserção de um candidato próprio apoiado por Leitão para vaga de presidente do PT-PE, cargo que Humberto colocou três aliados para disputar.
Aparentemente, um dos pontos de atrito envolvem o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e seu novo secretariado.
Em entrevista ao Diario de Pernambuco e ao Blog Dantas Barreto, Humberto afirmou que aliados seus foram preteridos em favor de nomes ligados à senadora Teresa Leitão, o que acentuou a disputa interna no partido a poucos meses da eleição do novo diretório estadual.
“Não houve divergência quanto a participar ou não [do secretariado de João Campos]. Houve divergência sobre quem deveria ir, quem deveria ser indicado”, declarou o parlamentar.
Segundo Humberto, a sua ala, intitulada “Construindo um Novo Brasil” (CNB), teria sido excluída na formação do primeiro escalão de João Campos.
O socialista teria colocado dois aliados de Teresa com a indicação de Oscar Paes Barreto na Secretaria de Meio Ambiente e Felipe Cury na Secretaria de Habitação.
A partir do desconforto com João Campos, Humberto parece interessado em se aproximar da adversária do prefeito do Recife, a governadora Raquel Lyra (PSD).
Apesar do PT oficialmente atuar na oposição, há articulações entre a legenda e a governadora, que inclusive mudou de partido para estar mais próxima do presidente Lula (PT).
Segundo Humberto, a presença de petistas no Executivo estadual ocorre de forma informal e sem deliberação partidária. O senador, no entanto, deixou claro que existe possibilidade de evolução da relação com Raquel.
Para Humberto, uma eventual composição com Raquel dependeria de um convite institucional. “Certamente, se em algum momento a gente for discutir sobre participar ou não do Governo, a bancada vai ser, com certeza, um segmento do partido que desejará ter essa participação. Mas essa questão não foi colocada nem para o PT da parte dela, e nem o PT também está colocando essa questão”, afirmou.
Entre os correligionários que devem defender uma aliança com Raquel Lyra deve estar o ex-prefeito do Recife e deputado estadual, João Paulo (PT), que normalmente vota ao lado da base governista.
Durante sua participação no PodJá- O Podcast do Jamildo, João Paulo teceu diversas críticas sobre a gestão de João Campos, chegando a dizer que achava que o prefeito do Recife não gostava de pobres.
Sobre o posicionamento do partido na eleição para o governo de Pernambuco em 2026, Humberto reforçou que qualquer aliança estará condicionada ao alinhamento nacional com o presidente Lula.
“A primeira coisa que é relevante é que esses candidatos estejam com a candidatura de Lula. Para a gente é quase uma condição sem a qual não se faz um entendimento”, disse.