Professores do Recife decretam estado de greve após João Campos propor reajuste de 1,5%

Professores decretaram estado de greve após Prefeitura sugerir reajuste de 1,5% no salário da categoria no município

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 11/04/2025, às 10h10 - Atualizado às 11h13

Sindicato dos professores do Recife decretou estado de greve - Filipe Gondim/ SIMPERE
Sindicato dos professores do Recife decretou estado de greve - Filipe Gondim/ SIMPERE

Os professores do Recife aprovaram o decreto de estado de greve após votação em assembleia na quinta-feira (10). O motivo para decisão do grupo foi a proposta da Prefeitura da cidade de reajuste salarial para 1,5%, o objetivo da categoria era 6,27%.

A assembleia que decidiu pelo estado de greve foi realizada no Pátio da Prefeitura e reuniu professores da rede municipal mobilizados contra a proposta de reajuste apresentada pela gestão. O Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (SIMPERE), organizou do ato, classificou a proposta como “inaceitável” e criticou o impacto da medida na carreira da categoria.

De acordo com o sindicato, além do percentual abaixo do reajuste previsto na Portaria do Ministério da Educação para o Piso Nacional do Magistério (6,27%), o valor do vale-alimentação aumentaria R$ 1. A reivindicação inclui, ainda, o pagamento retroativo a janeiro e a atualização das progressões salariais congeladas.

Além da questão salarial, os professores denunciam a ausência de auxiliares em salas com estudantes com deficiência, infraestrutura precária em unidades escolares e falta de condições básicas de trabalho. O SIMPERE anunciou que novas mobilizações devem ser realizadas nas próximas semanas.

Tema foi pauta da Câmara do Recife nesta semana

Antes da decisão, os profissionais da educação foram ao plenário da Câmara Municipal do Recife na terça-feira (08) reivindicar e pressionar pela mudança do projeto da gestão João Campos (PSB). No momento, diversos parlamentares se pronunciaram sobre o tema.

A vereadora Kari Santos (PT) falou sobre o tema enquanto utilizava a camiseta do movimento. Em fala, a petista afirmou que “é inadmissível que na terra de Paulo Freire não se pague o piso na carreira. Eu quero me colocar à disposição dos servidores que tiveram reajuste de apenas 1% e R$ 1 de reajuste no ticket alimentação. É inadmissível um trabalhador receber esse reajuste”.

A vereadora Jô Cavalcanti (PSOL) afirmou que o reajuste apresentado “desrespeita a lei” e “compromete a qualidade da educação pública oferecida às crianças do Recife”.

Membros do partido do prefeito, o vereador Luiz Eustáquio (PSB) e Rinaldo Junior falaram sobre o tema. Eustáquio reconheceu a luta dos professores pelo piso de 6,27% e defendeu que a valorização da categoria passa também por melhorias nas condições de trabalho.

Já o líder do PSB na Casa, Rinaldo Junior, disse estar à disposição para dialogar com o Executivo. Segundo ele, ainda não houve mesa de negociação definitiva e a expectativa é de que haja avanço nas tratativas nos próximos dias.

Em nota à imprensa, a Secretaria de Administração do Recife informou que mantém o diálogo com o sindicato da categoria e que uma nova reunião está prevista para o próximo dia 24 de abril. A pasta disse ainda que, desde 2021, a gestão contratou mais de 5 mil profissionais da educação e triplicou o número de vagas em creches da capital.

A Secretaria de Educação do Recife também foi procurada pelo Jamildo.com, mas afirmou que o tema está na responsabilidade da Administração da Prefeitura.