Professores decretaram estado de greve após Prefeitura sugerir reajuste de 1,5% no salário da categoria no município
por Cynara Maíra
Publicado em 11/04/2025, às 10h10 - Atualizado às 11h13
Os professores do Recife aprovaram o decreto de estado de greve após votação em assembleia na quinta-feira (10). O motivo para decisão do grupo foi a proposta da Prefeitura da cidade de reajuste salarial para 1,5%, o objetivo da categoria era 6,27%.
A assembleia que decidiu pelo estado de greve foi realizada no Pátio da Prefeitura e reuniu professores da rede municipal mobilizados contra a proposta de reajuste apresentada pela gestão. O Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (SIMPERE), organizou do ato, classificou a proposta como “inaceitável” e criticou o impacto da medida na carreira da categoria.
De acordo com o sindicato, além do percentual abaixo do reajuste previsto na Portaria do Ministério da Educação para o Piso Nacional do Magistério (6,27%), o valor do vale-alimentação aumentaria R$ 1. A reivindicação inclui, ainda, o pagamento retroativo a janeiro e a atualização das progressões salariais congeladas.
Além da questão salarial, os professores denunciam a ausência de auxiliares em salas com estudantes com deficiência, infraestrutura precária em unidades escolares e falta de condições básicas de trabalho. O SIMPERE anunciou que novas mobilizações devem ser realizadas nas próximas semanas.
Antes da decisão, os profissionais da educação foram ao plenário da Câmara Municipal do Recife na terça-feira (08) reivindicar e pressionar pela mudança do projeto da gestão João Campos (PSB). No momento, diversos parlamentares se pronunciaram sobre o tema.
A vereadora Kari Santos (PT) falou sobre o tema enquanto utilizava a camiseta do movimento. Em fala, a petista afirmou que “é inadmissível que na terra de Paulo Freire não se pague o piso na carreira. Eu quero me colocar à disposição dos servidores que tiveram reajuste de apenas 1% e R$ 1 de reajuste no ticket alimentação. É inadmissível um trabalhador receber esse reajuste”.
A vereadora Jô Cavalcanti (PSOL) afirmou que o reajuste apresentado “desrespeita a lei” e “compromete a qualidade da educação pública oferecida às crianças do Recife”.
Membros do partido do prefeito, o vereador Luiz Eustáquio (PSB) e Rinaldo Junior falaram sobre o tema. Eustáquio reconheceu a luta dos professores pelo piso de 6,27% e defendeu que a valorização da categoria passa também por melhorias nas condições de trabalho.
Já o líder do PSB na Casa, Rinaldo Junior, disse estar à disposição para dialogar com o Executivo. Segundo ele, ainda não houve mesa de negociação definitiva e a expectativa é de que haja avanço nas tratativas nos próximos dias.
Em nota à imprensa, a Secretaria de Administração do Recife informou que mantém o diálogo com o sindicato da categoria e que uma nova reunião está prevista para o próximo dia 24 de abril. A pasta disse ainda que, desde 2021, a gestão contratou mais de 5 mil profissionais da educação e triplicou o número de vagas em creches da capital.
A Secretaria de Educação do Recife também foi procurada pelo Jamildo.com, mas afirmou que o tema está na responsabilidade da Administração da Prefeitura.