Vereadora Kari Santos e Sindurb-PE lideram resistência contra concessões da Compesa em audiências públicas

Vereadora Kari Santos e sindicato criticam modelo de privatização proposto pelo Estado, apontando aumento de tarifas e manutenção do desabastecimento

Yan Lucca

por Yan Lucca

Publicado em 08/01/2025, às 12h06 - Atualizado às 13h00

Veja detalhes - Foto: Divulgação
Veja detalhes - Foto: Divulgação

As audiências públicas sobre a concessão da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) começam na próxima semana, marcando o início de um debate polêmico sobre a gestão dos serviços de água e saneamento no estado.

A governadora Raquel Lyra propôs a implementação de um modelo de concessão privada semelhante ao adotado no Rio de Janeiro e em Alagoas, mas enfrenta resistência de trabalhadores, sindicatos e lideranças políticas.

As audiências serão realizadas em quatro cidades estratégicas: Recife, no dia 15 de janeiro; Caruaru, no dia 16; Petrolina, no dia 21; e Salgueiro, no dia 22. As localidades foram escolhidas devido à divisão do estado em duas regiões de concessão – Região Metropolitana do Recife (RMR) e Sertão – sugeridas pelo governo.

Trabalhadores da Compesa, representados pelo Sindurb-PE, posicionam-se contrariamente ao modelo, argumentando que experiências similares em outros estados não resolveram problemas como o desabastecimento e, ainda, resultaram em aumento expressivo das tarifas de água.

Mobilização contra a concessão

Prometendo uma "onda azul" durante as audiências — em referência aos trabalhadores vestidos de azul em protesto —, o Sindurb-PE e a vereadora Kari Santos, do PT, lideram a resistência contra a tentativa de privatizar a Compesa. “Não deixaremos que privatizem nossa água! Esse modelo não resolveu o problema do desabastecimento do Rio de Janeiro nem de Alagoas. Pelo contrário, temos visto caminhões pipa sendo solicitados para atender à população mais carente que, ainda por cima, passou a pagar mais caro pela água. Não podemos e não vamos deixar que isso aconteça em Pernambuco”, afirmou a vereadora, destacando que seguirá ao lado dos trabalhadores na luta pela preservação da empresa pública.

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O Sindurb-PE também critica o que considera uma política deliberada de sucateamento da Compesa por parte do governo estadual. “A Compesa está abandonada. Já denunciamos os inúmeros assaltos na empresa, a falta de investimento e descaso com o trabalhador. Só podemos achar que é uma política da empresa para convencer a população de que o público não funciona. Se a Compesa estivesse tão ineficiente, nenhuma empresa privada teria interesse nela. Se estão dispostos a pagar outorga de R$20 milhões por ela, é porque ela tem condições de se manter eficiente”, disse José Gomes Barbosa, dirigente do sindicato.

@blogdojamildo