João Campos e Gilson Machado são candidatos que menos citam acessibilidade e PCDs em planos de governo

Ao fim do Setembro Verde, mês de conscientização sobre a importância da inclusão social de pessoas com deficiência (PCDs), o site Jamildo.com analisou os planos de governo dos principais nomes na disputa pela Prefeitura do Recife para avaliar a presença de propostas para população PCD. 

O site procurou termos como "Deficiência", "PCD", "TEA", "Autismo", "Autista" e "Acessibilidade" nos planos de governo dos candidatos João Campos (PSB), Gilson Machado (PL), Daniel Coelho (PSD) e Dani Portela (PSOL), os principais nomes da disputa. 

Entre as citações, Dani Portela e Daniel foram os políticos que mais citaram políticas voltadas para pessoas com deficiência e trouxeram propostas para melhorar a inclusão social. 

Com a busca selecionada, Gilson Machado e João Campos são os que menos citam o tema.

Lista de menções 

Dani e Daniel, inclusive, têm áreas dentro de seus planos de governo específicos para propostas sobre pessoas com deficiência, inclusão social e acessibilidade. 

João Campos e Gilson Machado são os que menos citam PCDs

No plano de João, que é mais centrado em apresentar as entregas do seu atual mandato, o prefeito do Recife cita que conseguiu avançar na promoção de direitos para diversas minorias sociais, inclusive pessoas com deficiência. 

O candidato do PSB também propõe criar novos Centros de Convivência Diária, para população idosa e PCD. 

A outra citação do termo "deficiência aparece na parte de Esporte e Lazer, quando o prefeito cita que os quatro Centros de Referência Paralímpicos atendem cerca de 300 paratletas, o que promove iniciação esportiva para pessoas com deficiência.  

Sobre pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), João traz apenas a realização de atividades físicas e esportivas gratuitas para crianças e adolescentes com TEA. 

No caso de Gilson Machado, as únicas propostas que cita diretamente a causa PCD são a capacitação de servidores para atender pessoas com deficiência nos serviços prestados pela Prefeitura e a entrega de medicamentos a domicílio para pacientes com dificuldade de locomoção. 

No caso de pessoas com TEA, o candidato do PL também prevê programas de apoio a pacientes neurodivergentes, com foco em prevenção, diagnóstico e tratamento especializado.

Tirando esse tema, a palavra "autismo" só é citada outras duas vezes, na apresentação da vice Leninha Dias (PL), que tem um filho com TEA. 

As citações sobre acessibilidade são apenas sobre a questão de infraestrutura e mobilidade, no qual o candidato afirma que serão seguidas as normas para acessibilidade nas obras e no transporte público. 

Dani e Daniel são os que mais citam PCDs e acessibilidade

Com o maior número de citações ao termo "deficiência", Dani Portela criou uma seção específica para tratar de propostas para pessoas com deficiência. 

Além de oito propostas específicas nessa seção, outras áreas do plano de governo também citam o tópico da inclusão de PCDs. Algumas promessas da candidata são: 

• Ampliação de vagas em estabelecimentos educacionais e nos Centros Comunitários da Paz (COMPAZ) para pessoas com deficiência
• Garantia de acessibilidade física e comunicacional, incluindo serviços de audiodescrição, intérpretes de libras, e alertas de hipersensibilidade sensorial em equipamentos públicos
• Parceria com universidades públicas para formação de novos tradutores e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), além da inclusão de professores de língua de sinais nos concursos públicos municipais
• Adoção de normas de acessibilidade em novos equipamentos públicos e adaptação dos já existentes

Com menos propostas específicas, Daniel Coelho também apresenta áreas do seu plano de governo para citar melhorias na acessibilidade e ações para melhorar a inclusão social no Recife.

Além da parte sobre políticas para PCDs, o político também apresenta propostas voltadas para aprimorar a acessibilidade em outros espaços de seu plano, como na parte de mobilidade social. 

Dentre os projetos apresentados por Daniel, estão: 

• Implantação de um plano de acessibilidade, adaptando calçadas, transporte público e edifícios públicos para garantir mobilidade e inclusão
• Promoção da inclusão de alunos com deficiência nas escolas municipais
• Programas de empregabilidade para pessoas com deficiência 
• Acompanhamento municipal para pessoas com Transtorno do Espectro Autista. 

Recife é a capital com maior concentração de PCDs

Segundo informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua de 2022, mais de 11% da população recifense era formado por pessoas com deficiência, a média brasileira é de cerca de 8%. 

Esses números tornam o Recife a capital do país com a maior porcentagem de pessoas com deficiência. Apesar desse cenário, a pauta da acessibilidade ainda é pouco debatida na cidade.