Eleições 2024: Justiça acata pedido de Daniel Coelho e impugna pesquisa AtlasIntel

Justiça impugna pesquisa AtlasIntel sobre a Prefeitura do Recife após solicitação da coligação de Daniel Coelho; entenda situação

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 24/09/2024, às 11h43

Coligação de Daniel pede impugnação da pesquisa AtlasIntel sobre a Prefeitura do Recife - Foto: Yan Lucca / Jamildo.com
Coligação de Daniel pede impugnação da pesquisa AtlasIntel sobre a Prefeitura do Recife - Foto: Yan Lucca / Jamildo.com

Na noite de segunda-feira (23), o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) concedeu um pedido de impugnação de pesquisa eleitoral para coligação "Recife Levado a Sério", liderada por Daniel Coelho (PSD). 

O levantamento proibido de ser divulgado foi do Instituto AtlasIntel, encomendado pela CNN Brasil para ser divulgado nesta terça-feira (24) às 9 horas da manhã. 

Argumentos da coligação de Daniel

O motivo do pedido de impugnação de Daniel Coelho foi baseado na ideia de que a AtlasIntel "descumprira normas legais atinentes à realização do ato de pesquisar a manifestação do candidato". 

Na documentação apresentada pela coligação, o grupo questiona perguntas sobre a avaliação das gestões de Lula (PT), Raquel Lyra (PSDB) e João Campos (PSB), além de indagar aos eleitores em quem teriam votado nas eleições de 2022 e 2020. 

A chapa de Daniel Coelho considerou que "as perguntadas lançadas aos entrevistados fogem do escopo da pesquisa, especificamente porque o foco da pesquisa não é o de satisfação e desempenho de Chefes do Executivo, nem tampouco deve perpassar sobre preferências do eleitor em pleitos passados". 

Um dos principais pontos de questionamento do pedido seria sobre o item A.7 do questionário, no qual  pergunta se "entre João Campos e Gilson Machado, quem você acredita que está melhor preparado para lidar com uma das seguintes dimensões para a cidade de Recife?"; 

Daniel também apresentou como problema a realização das perguntas por meio da internet. Segundo a coligação do candidato, esse formato "possibilitaria o acesso indiscriminado ao questionário", como uso de bots, além de não poder ter certeza sobre quais bairros foram inseridos no levantamento. 

AtlasIntel se defende

Sobre esses questionamentos, a AtlasIntel se defendeu das acusações ao afirmar que o uso de perguntas sobre atuais gestores teria o objetivo de "contextualizar o entrevistado à realidade local, não havendo nenhuma irregularidade ou norma legal violada e que a prática é habitual entre outros institutos que estão atuando há décadas no Brasil". 

O Instituto também afirmou que o sistema de identificação dos entrevistados é seguro, registra o IP dos dispositivos usados, o que impede a presença de bots. Além disso, o grupo citou que realiza mecanismos para realizar verificações de geolocalização, tempo de resposta e coerência de perguntas para garantir o controle de qualidade.

A realização da AtlasIntel por meio de questionários pela internet gera questionamentos desde 2022, quando o Instituto se popularizou no país.

Enquanto alguns falam que a ação tira a aleatoriedade da amostra ou que os respondentes acabam sendo grupos segmentados engajados, o CEO da AtlasIntel, Andrei Roman, diz que o sistema é menos invasivo e mais impessoal. 

Decisão

Com todas as informações, o Juiz Eleitoral Damião Severiano de Sousa concordou com o posicionamento da coligação de Daniel Coelho de que não haveria razão clara para fazer um recorte apenas com Gilson e João Campos.

O juiz também reconhece que o questionário "alcança questões atinentes ao apoiamento de lideranças nacionais e regionais". A partir desses apontamento, Damião Severiano de Sousa aceitou o pedido de impugnação do levantamento, que foi impedido de ser divulgado. 

@blogdojamildo