Compesa afirma que indicadores da concessão do saneamento seguem bases oficiais, passaram por análise pública e consideram infraestrutura já instalada
por Cynara Maíra
Publicado em 09/12/2025, às 19h46 - Atualizado às 19h47
O presidente do Conselho de Administração da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Alex Machado Campos, veio a público defender a integridade técnica do projeto de concessão dos serviços de saneamento do Estado.
Em nota enviada ao Jamildo.com, o gestor rebateu críticas sobre supostas inconsistências nos indicadores de esgotamento sanitário e afirmou que a modelagem é "tecnicamente consistente, sólida e aderente às melhores práticas nacionais".
A manifestação ocorre às vésperas do leilão, agendado para o dia 18 de dezembro, na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. O projeto prevê atrair cerca de R$ 19 bilhões em investimentos para universalizar os serviços de água e esgoto em Pernambuco.
Segundo Campos, a modelagem liderada pela Secretaria de Projetos Estratégicos utilizou parâmetros oficiais, incluindo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SINISA), Planos Municipais de Saneamento e dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE.
Um dos pontos centrais da nota é a resposta às alegações de que o projeto desconsideraria obras já realizadas. O presidente da Compesa negou que a infraestrutura existente esteja sendo ignorada.
"É preciso esclarecer que em determinadas cidades existem estruturas físicas instaladas... que podem e devem, sim, ser aproveitadas", afirmou Campos.
Ele citou como exemplo o município de Floresta, no Sertão, onde houve investimentos da Codevasf e da prefeitura para implantação de sistema de esgotamento. Segundo o gestor, desconsiderar esses ativos geraria "obrigações de realização de investimentos redundantes" e representaria uma "danosa renúncia de receita" ao interesse público.
A nota destaca que as premissas do projeto passaram por 12 meses de consulta pública, recebendo mais de mil contribuições, e foram aprovadas sem votos contrários nas instâncias das Microrregiões de Água e Esgoto. Campos reforçou ainda que a estrutura foi analisada previamente pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que avaliou a coerência dos dados.
O leilão dividirá a operação em dois blocos: a Microrregião RMR-Pajeú e a Microrregião Sertão. O modelo é de concessão parcial, onde a Compesa continua pública e responsável pela produção de água, enquanto a iniciativa privada assume a distribuição e o tratamento de esgoto.
Segundo o secretário estadual de Recursos Hídricos, Almir Cirilo, cerca de 15 empresas demonstraram interesse no certame, incluindo grupos como Aegea, BRK Ambiental e fundos de investimento como Pátria e Vinci Partners.
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