Leilão da Compesa: Almir Cirilo detalha investimento de R$ 19 bilhões e nega aumento real de tarifa no PodJá

Secretário de Recursos Hídricos de Raquel é o convidado do PodJá para falar da concessão parcial da Compesa; leilão ocorre em 18 de dezembro

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 01/12/2025, às 07h37 - Atualizado às 08h03

Jamildo e Almir Cirilo em pé sorrindo abraçados, ao fundo sala com parede cinza com logo do Jamildo.com em azul e laranja
Almir Cirilo, secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, é o convidado do PodJá - Cynara Maíra- Jamildo.com

Almir Cirilo, secretário de Recursos Hídricos, é o entrevistado do PodJá desta segunda-feira (01) sobre o leilão da Compesa.

O governo prevê injetar R$ 19 bilhões no saneamento e estima receber cerca de R$ 8 bilhões em outorga para reinvestir em obras hídricas.

O leilão ocorre no dia 18 de dezembro na Bolsa de Valores; cerca de 13 a 15 empresas demonstraram interesse no certame.

Cirilo descartou aumento real de tarifa e demissão em massa, afirmando que a Compesa focará na produção de água e combate a furtos nas adutoras.

A meta é reduzir o desperdício de água de 40% para 25% até 2033, com investimentos concentrados nos três primeiros anos da concessão

No próximo dia 18 de dezembro, o Governo do Estado realizará, na Bolsa de Valores, o leilão parcial da Compesa.

Para explicar os detalhes dessa operação que deve injetar cerca de R$ 19 bilhões no saneamento básico pernambucano, o PodJá- O Podcast do Jamildo, recebe nesta segunda-feira (01) o secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Cirilo. O episódio sairá às 14h, no canal do Youtube do Jamildo.com

Em conversa com o jornalista Jamildo Melo, Cirilo defendeu a modelagem do projeto, garantiu que há forte interesse do mercado e assegurou que a mudança não resultará em tarifaço para o consumidor ou demissão em massa de servidores.

Pernambuco é a "bola da vez"

Segundo o secretário, o leilão atrai a atenção de grandes players nacionais e internacionais. Segundo o secretário, cerca de 13 a 15 empresas têm mantido contato técnico e realizado visitas ao estado para entender a modelagem do negócio.

"Pernambuco é a bola da vez", afirmou Cirilo, citando o potencial de crescimento econômico em regiões como Santa Cruz do Capibaribe e Toritama caso o problema da água seja resolvido.

O modelo de concessão divide o estado em dois blocos regionais (Sertão e Pajeú/Litoral). O parceiro privado assumirá a distribuição de água e o esgotamento sanitário, enquanto a Compesa continuará responsável pela produção de água, incluindo a gestão de barragens e o tratamento.

Tarifa e Servidores

Um dos pontos mais sensíveis abordados no episódio é o impacto no bolso do consumidor. Cirilo deixou claro que a gestão estudou formas de manter a política tarifária atual, sem sobretaxas para bancar os investimentos privados.

Ele lembrou ainda que, por determinação da governadora Raquel Lyra, o governo antecipou a ampliação da base da tarifa social antes da concessão, protegendo a população mais vulnerável.

Sobre os funcionários da estatal, o secretário afastou o fantasma das demissões. Segundo ele, a Compesa terá "lacunas imensas que precisam ser preenchidas" na parte de produção e adução de água, além do combate ao furto de água nas adutoras. Isso garantirá a necessidade de manter o corpo técnico atual.

Investimento pesado nos primeiros anos

A meta do projeto é universalizar o saneamento e reduzir o desperdício de água tratada, que hoje supera 40%, para 25% até 2033.

Para isso, o contrato prevê que o maior volume de obras ocorra logo nos três primeiros anos da concessão.

Além do investimento direto das empresas, o Estado receberá um valor de outorga pelo leilão. Cirilo revelou que a estimativa é que essa verba gire em torno de R$ 8 bilhões, recurso que será reinvestido pelo Governo em obras estruturantes de segurança hídrica que não entram na conta da concessionária, como grandes adutoras e barragens.