EXCLUSIVO: Raquel quer receber R$ 1 bilhão de bancos para gestão da folha dos servidores

Disputa entre bancos será em pregão presencial da Secretaria de Administração, no dia 18 de dezembro, mesmo dia do leilão parcial da Compesa

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 26/11/2025, às 13h37 - Atualizado às 14h01

Raquel Lyra, na Fiepe
O dinheiro entra direto no caixa do Tesouro Estadual. Não há necessidade de aprovação dos deputados estaduais. - Divulgação

A governadora Raquel Lyra lançou uma licitação para definir o banco que administrará a folha de pagamento dos servidores estaduais, com leilão marcado para 18 de dezembro.

O valor mínimo exigido é de R$ 939 milhões por cinco anos — 30% acima do pago em 2021 pelo Bradesco — e a expectativa é de que a disputa supere R$ 1 bilhão.

O recurso entra direto no caixa do Tesouro, sem passar pela Alepe. Apenas bancos tradicionais podem participar, devido à exigência de presença física no interior.

O leilão é prática recorrente em Pernambuco, mas não inclui servidores de outros poderes, que fazem seus próprios certames.

Sem alarde, a governadora Raquel Lyra (PSD) prepara uma licitação que poderá injetar no caixa do governo do Estado de Pernambuco uma verba bilionária. O site Jamildo.com teve acesso exclusivo ao edital.

A Secretaria de Administração do Estado (SAD) abriu a disputa para definir o banco que irá gerir a folha de pagamento dos servidores, pensionistas e militares, ativos e inativos, do Estado.

A disputa será realizada em pregão presencial, na sede da Secretaria de Administração do Estado (SAD), no Recife.

O leilão já está marcado para 18 de dezembro. Curiosamente, no mesmo dia, na Bolsa de Valores de São Paulo, será realizado o leilão parcial da Compesa, para a área de distribuição, atraindo receita na casa dos bilhões de reais. 

No caso dos bancos, Raquel Lyra pede um valor mínimo de R$ 939 milhões por cinco anos. Como haverá disputa, nos bastidores, há expectativa do valor passar de um bilhão de reais.

O dinheiro entra direto no caixa do Tesouro Estadual. Não há necessidade de aprovação dos deputados estaduais.

Os bancos pagam pelo interesse de ter a conta-corrente de milhares de servidores e militares estaduais. Com as contas, os bancos lucram com tarifas, juros do cheque especial e cartão de crédito.

Apenas bancos tradicionais concorrem, pois os bancos se obrigam a ter uma quantidade mínima de agências no Estado, inclusive no interior.

O leilão da folha de pagamento de pessoal  é tradicional em Pernambuco, há vários governadores.

Em 2021, o banco Bradesco venceu o leilão da gestão do ex-governador Paulo Câmara, pagando R$ 720 milhões.

O valor pedido por Raquel Lyra é 30% maior que o recebido pela gestão de Paulo Câmara, na época.

Este leilão não inclui os servidores dos demais poderes, como Assembleia legislativa d Pernambuco e o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Os demais poderes fazem seus próprios leilões.