Raquel Lyra cobra emendas federais enquanto é cobrada na Alepe por repasse de recursos

Enquanto fala que volume de recursos federais vindos de emendas é pequeno, Raquel é cobrada pela oposição na Alepe sobre pagamentos

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 25/11/2025, às 10h17 - Atualizado às 10h47

Raquel Lyra fala em microfone
Raquel cobrou recursos durante encontro na Fiepe. Ministros José Múcio e Silvio Costa Filho estavam no local

Brasília: Raquel Lyra (PSD) reúne ministros nesta terça (25) para reclamar que PE recebeu apenas R$ 20 milhões em emendas de bancada, contra R$ 415 milhões do Ceará.

Transnordestina: Governadora critica que obra ferroviária tem R$ 5 bilhões para o vizinho e apenas R$ 50 milhões para o trecho pernambucano.

Alepe: Álvaro Porto (PSDB) cobra pagamento de R$ 302 milhões em emendas estaduais; valor pago não chega à metade do previsto.

Empréstimo Travado: A falta de pagamento das emendas bloqueia a votação do empréstimo de R$ 1,7 bilhão solicitado pelo Estado.

Risco 2026: Oposição articula para que o crédito só seja votado no ano eleitoral e tenta aumentar o percentual obrigatório das emendas no orçamento

Após cobrar mais recursos vindos de emendas parlamentares para o estado, a governadora Raquel Lyra (PSD) viaja a Brasília nesta terça-feira (25) e deve pedir uma ampliação desses recursos.

Essa movimentação da gestora ocorre ao mesmo tempo, em que o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto (PSDB), cobra pelo pagamento das emendas parlamentares de 2025, já chegando a ameaçar judicializar o tema. 

Na capital federal, Raquel tentará reverter o que considera uma disparidade no Orçamento da União para 2026.

Segundo a governadora, os parlamentares pernambucanos destinaram apenas R$ 20 milhões para a gestão estadual, enquanto a bancada do Ceará alocou cerca de R$ 415 milhões para o governo vizinho.

Durante fala em evento na Fiepe, Raquel articulou uma reunião com os ministros pernambucanos, incluindo José Múcio (Defesa) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), para tentar convencer deputados e senadores a remanejar verbas. "Não podemos repetir os R$ 20 milhões. É muito importante falar sobre isso", afirmou Raquel.

Como exemplo da desigualdade, a gestora citou a Ferrovia Transnordestina. O trecho cearense recebeu R$ 5 bilhões, enquanto a parte entre Salgueiro e Suape tem previsão de apenas R$ 50 milhões, valor que, segundo ela, "só dá para três quilômetros".

O coordenador da bancada pernambucana, deputado Carlos Veras (PT), rebateu as críticas indiretamente em fala para o Blog Dantas Barreto. 

O petista afirmou que as indicações seguem as prioridades apontadas pelos governadores e que, se o Ceará recebeu mais, foi porque o gestor local mostrou a necessidade. Ele citou que a bancada atendeu a um pedido de R$ 50 milhões para a reforma do Hospital da Restauração (HR).

Cobrança e trava na Alepe

Enquanto pede dinheiro em Brasília, Raquel é pressionada a abrir o cofre em Pernambuco. O presidente da Assembleia Legislativa (Alepe), Álvaro Porto (PSDB), cobrou na segunda-feira (24) o pagamento do restante das emendas parlamentares estaduais de 2025.

Pela lei vigente, os deputados têm direito a R$ 302 milhões, mas o valor executado ainda não teria chegado à metade. Porto ameaçou judicializar a questão caso o pagamento não seja concluído até o fim do ano, repetindo um movimento que já fez no início de 2025.

A governadora reagiu e prometeu quitar os débitos até dezembro, afirmando que sua gestão é a que "mais pagou emenda parlamentar na história de Pernambuco".