Metroviários suspenderam a greve após pedido do TRT-6, caso CBTU não garanta solicitações do grupo, Metrô do Recife pode voltar a ser paralisado
por Cynara Maíra
Publicado em 06/11/2025, às 07h54 - Atualizado às 08h25
O Metrô do Recife voltou a funcionar nesta quinta-feira (6), após três dias de paralisação que afetaram 170 mil passageiros.
A greve foi suspensa por 30 dias após uma audiência de mediação no TRT-6.
A CBTU tem 30 dias para analisar um plano emergencial de 10 pontos proposto pelo Sindmetro-PE.
O sindicato se mantém em "estado de greve" e ameaça retomar a paralisação se a CBTU não atender aos pleitos.
O estopim da greve foi um incêndio em um trem (25/10); o primeiro dia (3) foi marcado pela detenção do presidente do Sindmetro, Luiz Soares.
O Metrô do Recife voltou a operar na manhã desta quinta-feira (06), após o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) suspender a greve da categoria.
A suspensão da paralisação ocorre após uma mediação do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6). Ao todo, foram três dias de greve da categoria, que pede melhorias e investimentos no Metrô do Recife.
Os trabalhadores decidiram, em assembleia na quarta-feira (05) , acatar a recomendação do TRT-6 e suspender a greve por 30 dias. Durante este período, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) deve analisar um plano emergencial de recuperação proposto pelo sindicato.
O presidente do Sindmetro-PE, Luiz Soares, destacou que a decisão é uma suspensão temporária, e não o fim do movimento. A categoria se manterá em "estado de greve". "Se a CBTU não atender os nossos pleitos nesse período, vamos nos reunir com a categoria para quem sabe deflagrar uma nova greve", afirmou Soares.
A decisão de suspender a greve ocorreu após uma assembleia no Monumento Tortura Nunca Mais, na área central do Recife após uma caminhada até o local. Segundo o sindicato, mais de 500 pessoas participaram do momento antes da votação.
A suspensão ocorre após o TRT-6 orientar pela paralisação após uma audiência de mediação com a categoria e o vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, desembargador Eduardo Pugliesi.
O sindicato aguarda agora a resposta da CBTU ao plano emergencial de 10 pontos. As propostas focam em investimentos imediatos e incluem a recuperação das subestações de energia, reforço da rede aérea, aquisição de locomotiva de serviço, troca de dormentes e reposição de peças para os trens.
A paralisação na segunda-feira (03) ocorreu após um incêndio em um trem da Linha Centro no dia 25 de outubro. Segundo os metroviários, o caso seria um reflexo do "sucateamento" do sistema.
No primeiro dia da greve, Luiz Soares chegou a ser conduzido a uma viatura pela Polícia Militar no Centro de Manutenção de Cavaleiro. A PM informou que foi chamada para "garantir a passagem" de não grevistas. O Sindmetro-PE, no entanto, classificou o incidente como um "ato de abuso e autoritarismo".
Embora a pauta emergencial de recursos urgentes para o sistema metroviário seja o foco, Soares afirmou que a luta contra a privatização (prevista para 2026) continua.