Plantão Jamildo.com | Publicado em 08/10/2025, às 16h48
A rejeição à anistia dos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 aumentou, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (8). O levantamento indica que 47% dos entrevistados são contrários a qualquer tipo de perdão, enquanto 35% defendem a anistia para todos os envolvidos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e 8% apoiam o perdão apenas para os manifestantes que participaram dos ataques.
A pesquisa mostra que a oposição à anistia cresceu em relação à rodada anterior, sinalizando estabilidade na percepção de que os responsáveis pelos atos devem ser punidos judicialmente.
O instituto também questionou os entrevistados sobre o projeto de lei da Dosimetria, que prevê a redução das penas impostas aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes. A proposta conta com a articulação do ex-presidente Michel Temer (MDB) e do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).
Segundo o levantamento, 52% dos brasileiros se dizem contrários ao projeto, argumentando que as punições aplicadas foram adequadas, enquanto 37% são favoráveis, por considerarem que as sentenças foram excessivamente rigorosas.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Blindagem, que buscava restringir a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Ministério Público, também teve rejeição majoritária. De acordo com a pesquisa, 63% dos entrevistados são contra a medida, e apenas 22% a apoiam. A PEC, aprovada pela Câmara dos Deputados, acabou sendo barrada pelo Senado em 24 de setembro, após forte repercussão negativa.
As manifestações contrárias ao texto, organizadas por movimentos sociais, entidades civis e artistas, ocorreram em várias capitais, inclusive o Recife, e contribuíram para o recuo do Congresso.
Segundo a Genial/Quaest, os protestos e a reação pública à PEC da Blindagem tiveram reflexo na percepção política sobre o governo. Para 39% dos entrevistados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu mais fortalecido após as manifestações, enquanto 30% avaliam que ele ficou mais enfraquecido.
A pesquisa foi realizada entre 2 e 5 de outubro, com 2.004 entrevistas presenciais com pessoas de 16 anos ou mais, em todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
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