Cynara Maíra | Publicado em 14/11/2025, às 09h47 - Atualizado às 10h41
Enquanto assinava a ordem de serviço para iniciar as obras da segunda etapa do Parque da Tamarineira, o prefeito João Campos (PSB) aproveitou para alfinetar a governadora Raquel Lyra (PSD) sobre o andamento das obras da gestão.
Sem citar diretamente a governadora, João Campos afirmou que tem um time que sabe “tirar obras do papel” e entregar. A declaração do possível adversário de Raquel Lyra, divulgada pelo Blog da Folha, ocorre após um ano de impasses para gestora estadual.
Desde problemas com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) até atraso de discussões na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), diversas das obras da governadora sofreram atrasos em 2025.
Apesar de conseguir tirar obras do papel, João Campos sofre críticas da oposição sobre atrasos de obras, como a Ponte Giratória, a requalificação da Orla de Boa Viagem, o Parque Eduardo Campos e o Hospital da Criança.
No TCE, Raquel Lyra as dificuldades foram termos de licitações. Entre eles, as reclamações do órgão de controle sobre a ata de registro de preços do material escolar e a competição das empresas responsáveis pela reforma do Hospital Barão de Lucena.
A necessidade de republicar os termos do edital do Lote 2 do Arco Metropolitano por questões técnicas apontadas pelo Tribunal de Contas também atrasou o início das obras de um dos principais projetos da governadora, que iriam iniciar em abril.
Em ano pré-eleitoral, a oposição aproveitou a movimentação que garantiu a liderança do grupo nas maiores comissões da Alepe para travar alguns projetos tidos como importantes pela governadora.
O pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão que a gestora afirmou que iria para o projeto do Arco Metropolitano passou seis meses na Alepe até ser aprovado. O texto ficou travado na Comissão de Finanças, onde o presidente Antonio Coelho (União Brasil) sugeriu repassar metade do valor (R$ 750 milhões) para os municípios.
O entrave acabou pouco depois que Raquel anunciou o repasse de emendas parlamentares e a divulgou novos instrumentos de transparência do envio dos recursos disponíveis para os deputados.
Apesar disso, o pedido de empréstimo de R$ 1,7 bilhão ainda irá para o plenário na próxima semana, após o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), dizer que não havia pressa para discutir o assunto.
O ex-correligionário da governadora afirmou que Raquel ainda tinha diversos recursos já aprovados e que não havia necessidade de mais contratações. Segundo o parlamentar, a Alepe já aprovou mais de R$ 11 bilhões em créditos para o Governo de Pernambuco e Raquel só teria contratado R$ 3,8 bilhões e executado R$ 2,2 bilhões.
“Se até agora não utilizou nada, como é que vai usar para o ano? Dá tempo de fazer mais o quê?”, disse o político.
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