Cynara Maíra | Publicado em 29/04/2025, às 06h37 - Atualizado às 07h33
Esta terça-feira (29) deve ser decisiva para as eleições de 2026, tanto em âmbito nacional quanto estadual. Isso porque hoje tanto o Progressistas (PP) e o União Brasil (UB) quanto o Podemos e o PSDB devem decidir sobre suas respectivas uniões para o próximo pleito.
Enquanto o PP e o UB devem escolher sobre uma eventual federação para os próximos quatro anos, o PSDB e o Podemos podem ir mais além, ao definir se farão uma fusão completa das legendas.
Essa alteração, além de ampliar a força de negociação dos partidos envolvidos, deve afetar diretamente a disputa estadual em Pernambuco.
Apesar de no âmbito nacional as uniões fazerem sentido, principalmente para o PSDB que tem perdido força e poderia em breve ser retirado do fundo partidário, o processo deve gerar brigas em Pernambuco.
Como o PP e o Podemos estão alinhados com a governadora Raquel Lyra (PSD), o União Brasil tem aliança com o prefeito João Campos (PSB) e o PSDB caminha para estar ao lado dos socialistas em 2026, a situação deve ficar complicada no estado.
O PP do deputado federal Eduardo da Fonte (PP) é uma das principais bases da governadora na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e tem ganhado ainda mais força com a entrada de Kaio Maniçoba na Secretaria de Turismo, a inserção de Michelle Collins na direção da Arena de Pernambuco e a realocação de Paulo Nery para o Porto do Recife.
Enquanto que o presidente do União Brasil em Pernambuco, o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho, apoia João Campos e tem sido enfático nos últimos meses sobre manter a aliança com o socialista.
A legenda também tem representação no secretariado do prefeito do Recife, levando a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que está com Carlos Andrade Lima (UB) e pasta de Turismo, que está com o irmão de Miguel, Antônio Coelho (UB).
Nessa situação, como o PP tem maior presença na Câmara dos Deputados, a tendência é que uma eventual federação entre o Progressistas e o União Brasil conceda para Eduardo da Fonte a liderança em Pernambuco, o que prejudicaria a posição de Miguel em garantir espaço para João Campos na legenda.
Situação semelhante ocorre com o PSDB. Até o começo do ano partido da governadora Raquel Lyra, os tucanos tem como presidente estadual o líder da Alepe, deputado Álvaro Porto, que tem se aproximado do prefeito do Recife e soltado farpas contra Raquel.
Enquanto isso, o Podemos, que já estava na base do governo, ganhou desde o começo do ano diversos cargos na administração estadual.
Já em fevereiro, a governadora nomeou Cícero Moraes (Podemos) para secretaria de Desenvolvimento Agrário, enquanto indicou recentemente Miguel Duque (Podemos) como diretor do Instituto Agronômico de Pernambuco.
Ainda na semana passada, Raquel empossou Antonio Bisneto (Podemos) como presidente do Complexo Portuário de Suape, ampliando ainda mais a presença da legenda dentro do governo.
Nessa situação, será necessário nas negociações definir quem terá mais força de decisão, já que nenhuma das duas legendas tem deputados federais no estado.
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