Plantão Jamildo.com | Publicado em 27/11/2025, às 15h24
Projetando o cenário político após 2026, o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), voltou a criticar a governadora Raquel Lyra (PSD) e relacionou o debate sobre as emendas parlamentares ao avanço do prefeito do Recife, João Campos (PSB), na disputa pelo governo estadual. A declaração foi feita nesta quinta-feira (27), durante o Congresso de 50 anos da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP), em Petrolina.
Porto afirmou que a discussão sobre o percentual das emendas tem sido tratada pelo Executivo como se produzisse efeitos imediatos, embora o eventual reajuste só entre em vigor no próximo governo. Ele disse que a resistência do Palácio ao avanço da proposta expõe uma disputa política que extrapola o mérito fiscal.
“O governo age como se tivesse garantia de continuidade. Mas em 2027 já estará em vigor um novo governo. Muito provavelmente, a atual governadora não estará mais no cargo”, afirmou.
Em seguida, acrescentou que “tudo indica que a questão do reajuste será tratada com João Campos, que caminha para ser eleito governador”, declaração que foi recebida com aplausos.
A proposta em discussão na Alepe eleva o patamar das emendas individuais, adequando o Estado ao modelo adotado no Congresso Nacional, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, de 1,55%.
Porto afirmou que a Casa tem buscado acompanhar o entendimento do STF e ampliar a autonomia do Legislativo, enquanto o Executivo tenta evitar a votação sob argumento de impacto financeiro. Segundo ele, os valores destinados aos deputados são executados nos municípios e também complementam ações do próprio governo.
Parlamentares governistas e oposição, no entanto, já se demonstraram contra a PEC, que não tem apenas o jabuti das emendas, mas traz outros pontos fiscais e julgam que a discussão do tema deve ser maior.
O presidente da Alepe reforçou que a independência do Legislativo continuará sendo diretriz da Mesa Diretora. No evento estavam prefeitos e vereadores de várias regiões do Estado, entre eles lideranças ligadas a João Campos.
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