Com alta demanda, Prefeitura do Recife inaugura ampliação de Centro TEA da Madalena

Cynara Maíra | Publicado em 15/01/2025, às 11h13

João Campos inaugurou ampliação de Centro TEA na Madalena - Edson Holanda/ Prefeitura do Recife
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A Prefeitura do Recife inaugurou, na segunda-feira (13), a requalificação e ampliação do Centro Especializado em Reabilitação (CER), centrado no auxílio de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) ou outras neurodivergências.

A mudança gera a integração do novo Centro TEA/NDI à Policlínica Lessa de Andrade.

Com investimento de R$ 790 mil da Secretaria de Saúde do Recife, a Prefeitura da cidade estima que o equipamento ampliará em 145% a capacidade anterior de atendimentos, passando de 1.485 para 3.636 por mês.

O acesso aos serviços, voltados para reabilitação física e intelectual de pessoas com TEA, ocorre por meio de encaminhamento das unidades básicas de saúde, via Central de Regulação do Recife.

Infraestrutura de novo centro TEA

Com a nova obra, o local conta com: 

Para o pleno funcionamento, as equipes foram ampliadas em 30%, passando de 23 para 30 profissionais.

A nova estrutura teve a inclusão de especialistas como psiquiatra infantil e neuropediatra. Além disso, o horário de funcionamento foi estendido até 19h, de segunda a sexta-feira, para facilitar o acesso aos serviços.

Durante a entrega, o prefeito João Campos (PSB) afirmou que a nova estrutura e corpo técnico transformará a vida de muitas famílias, além de garantir maior dignidade para pessoas no espectro. 

A Prefeitura do Recife tem planos de entregar novas unidades de reabilitação na Tamarineira, Imbiribeira e na Boa Vista. O último, com investimento de R$ 3,5 milhões, será o maior da rede de cuidados a pessoas neurodivergentes, com capacidade de 4.560 atendimentos por mês. 

Demanda por serviços especializados para TEA aumenta

A ampliação de centros especializados para pessoas com TEA em âmbitos públicos e privados está vinculado com o aumento de diagnósticos nos últimos anos. A partir da conscientização e acesso sobre o tema, cada vez mais cedo crianças recebem seus diagnósticos e adultos descobrem estarem no espectro. 

Segundo informações do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE), 90 mil pernambucanos estão no espectro. Desses, cerca de 40 mil estão entre 0 a 14 anos. Apenas no Recife, nessa faixa etária, são 6 mil. Essas estimativas podem estar abaixo da realidade, pela demora que alguns grupos sofrem para conseguir o diagnóstico. 

O levantamento do Tribunal aponta que o serviço público de saúde apresenta sérias lacunas no cuidado para pessoas no espectro autista, alta fila de espera nos espaços existentes e carga horária semanal de tratamento insuficiente.

Até 2021, apenas 15 dos 185 municípios pernambucanos tinham equipamentos públicos para pessoas neurodivergentes, com má distribuição. 

O tema, inclusive, foi foco nas campanhas municipais do estado. A maioria dos candidatos citavam a meta de ampliar os centros de atendimento para pessoas com TEA e criticavam as dificuldades passadas para conseguir diagnóstico e tratamento. 

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