Paulo Okamotto diz que PT precisa apresentar respostas mais claras para segurança pública

Okamotto afirma que a segurança pública virou prioridade no debate político e diz que o PT precisa detalhar propostas mais claras para o setor

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 06/12/2025, às 10h00

Imagem Paulo Okamotto diz que PT precisa apresentar respostas mais claras para segurança pública

Okamotto diz que segurança pública é hoje um dos principais temas eleitorais.

Dirigente afirma que o PT precisa apresentar propostas mais claras para o setor.

Ele defende política nacional integrada, prevenção e revisão do sistema penitenciário.

Entrevista completa vai ao ar neste sábado (6), às 14h, no YouTube.

Presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto afirmou que a segurança pública se tornou um dos eixos centrais do debate eleitoral e reconheceu que o tema pressiona partidos, inclusive o PT, a apresentar propostas mais claras para enfrentar o avanço da violência. A declaração foi dada em entrevista ao PodJá – o podcast do Jamildo, que vai ao ar neste sábado (6), às 14h, no canal de Jamildo Melo no YouTube.

Ao comentar a percepção de que o partido perdeu sintonia com o medo cotidiano da população, Okamotto disse que a insegurança passou a ocupar espaço permanente no debate público, estimulada por redes sociais e pela cobertura contínua de programas especializados. “A segurança sempre foi importante para o PT, mas talvez tivéssemos um enfoque diferente, de como criar mais segurança para as pessoas”, afirmou.

Ele lembrou que, ainda nos anos 2000, quando atuava no então Instituto Cidadania, o grupo coordenou estudos que reuniram juristas, policiais, especialistas em inteligência e técnicos de outros países para discutir um modelo nacional de segurança pública.

O dirigente citou que o trabalho resultou em diretrizes hoje usadas pelo partido na formulação de políticas para o setor. “Naquela época já apontávamos a necessidade de integração, de discutir o papel das guardas municipais e de aprimorar a formação das polícias”, disse.

Okamotto mencionou a criação da Força Nacional durante o governo Lula como tentativa de estruturar uma futura guarda nacional, projeto que, segundo ele, não avançou por resistências de entes federados. “Alguns governos estaduais não querem abrir mão de competências, e há estruturas que funcionam quase de forma autônoma. Isso dificulta mudar a legislação”, declarou.

Ele defendeu que o país consolide uma política permanente, baseada em prevenção, qualificação policial e atuação coordenada. “A responsabilidade constitucional é compartilhada, mas falta integração. Sem isso, cada ente faz um pedaço e o resultado não aparece”, afirmou.

Okamotto também reforçou que a política de segurança defendida pelo PT deve combinar respeito aos direitos humanos e ações que ampliem a presença do Estado nos territórios. Ele citou políticas educacionais, programas de geração de renda e iniciativas como o Pé-de-Meia como alternativas para reduzir a vulnerabilidade de jovens ao crime organizado. “É preciso disputar essa juventude oferecendo oportunidades reais, não só punição”, disse.

Para o dirigente, a desigualdade segue como fator determinante para o aumento da violência. “Em países com diferença de renda menor, há mais segurança. Quando todo mundo tem acesso ao básico, ninguém precisa tirar de ninguém”, afirmou. Ele acrescentou que punição deve existir, mas defendeu a revisão do atual modelo penitenciário. “A penitenciária, do jeito que é hoje, funciona como uma universidade do crime. Precisamos de um sistema que recupere, não que agrave o problema”, disse.

Entrevista completa

A entrevista com Paulo Okamotto vai ao ar neste sábado (6), às 14h, no canal de Jamildo Melo no YouTube.