Gilson Filho disse que foi impedido pela Secretaria de Saúde de continuar visita à policlínica do Ibura. Após cobrar melhorias, houve atendimento célere
por Jamildo Melo
Publicado em 09/04/2025, às 13h27 - Atualizado às 14h00
No mesmo dia em que o site Jamildo.com revelou que o Ministério Público de Pernambuco havia recomendado uma série de iniciativas para evitar fiscalizações abusivas, por parte dos vereadores do Recife, o vereador do PL Gilson Filho realizou, na tarde desta terça-feira (8), uma fiscalização surpresa na Policlínica e Maternidade Professor Arnaldo Marques, localizada no bairro do Ibura.
O parlamentar disse que havia retornado à unidade após três meses de sua primeira visita, realizada em 2 de janeiro, quando protocolou uma indicação ao prefeito João Campos (PSB) solicitando a "reestruturação completa" do local.
No requerimento, Gilson pediu a requalificação da estrutura física, o aumento no número de profissionais de saúde, a reposição de medicamentos e materiais básicos de higiene, além de melhorias no atendimento à população.
Agora, nesta nova visita, o objetivo do vereador seria verificar se alguma providência havia sido tomada pela gestão municipal.
De acordo com sua assessoria, ao chegar à unidade, o parlamentar encontrou a policlínica superlotada e pacientes aguardando atendimento há horas.
Gilson disse que conversou com dezenas de pessoas, ouviu os relatos da população e cobrou providências da gestão da unidade.
"A gestora admitiu que a alta demanda e o número insuficiente de médicos estavam comprometendo o atendimento", declarou, em informe ao site Jamildo.com.
De acordo com a assessoria do vereador, após a presença dele no local, os atendimentos foram agilizados e os pacientes começaram a ser chamados.
“Bastou eu chegar que o atendimento começou a acontecer. O povo merece respeito”, declarou Gilson.
Pouco depois, a Secretaria de Saúde do Recife teria chegou ao local, acompanhada da Guarda Municipal, para, segundo sua versão, tentar impedir o parlamentar de continuar sua fiscalização, alegando que seria necessário um agendamento prévio para a visita.
Além disso, a PCR teria enviado um procurador com o intuito de barrar o acesso e os registros feitos pelo vereador.
"A Secretaria solicitou que os guardas impedissem a entrada do parlamentar, mas os agentes da Guarda Municipal reconheceram a legalidade da atuação do vereador e garantiram o direito de fiscalização", afirmou a assessoria do vereador de oposição.
Embora a orientação tenha sido do MPPE, para a Câmara Municipal do Recife, Gilson questionou a atitude da prefeitura.
“Como vou fazer um agendamento de uma fiscalização? Isso transforma fiscalização em visita guiada. O vereador tem prerrogativa de fiscalizar. Isso está garantido na Constituição Federal, no artigo 31, que assegura livre acesso dos vereadores às repartições públicas municipais.”
“Essa é a prioridade da gestão de João Campos: esconder a verdade. Eu estou aqui para dar voz ao povo do Recife, para melhorar o atendimento e garantir que todos sejam tratados com dignidade”, declarou.