Duas promotorias do MPPE vêem fiscalizações abusivas por parte de vereadores da nova oposição e pede regramento que iniba a lacração nas redes sociais
por Jamildo Melo
Publicado em 08/04/2025, às 10h20 - Atualizado às 12h16
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu uma recomendação à Câmara Municipal do Recife para garantir que a atuação dos vereadores respeite os limites legais.
A ação foi motivada por uma denúncia do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PE) e ocorre após tumultos gerados por parlamentares de oposição em unidades de saúde da capital pernambucana.
Esses incidentes levaram entidades como os Conselhos Federal (CFM) e Regional de Medicina (Cremepe) e o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) a condenarem a abordagem adotada.
Segundo o MPPE, os vereadores não podem realizar fiscalizações de forma individual, sem respaldo do plenário ou de comissões, nem infringir normas sanitárias, expondo pessoas a riscos durante visitas a unidades de saúde.
As promotoras Helena Capela e Selma Barreto, que assinam o documento, destacam que apenas comissões parlamentares de inquérito podem solicitar inspeções ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Também mencionam decisões recentes, como a do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que restringiu ações semelhantes, bem como existe orientação do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito, de acordo com recomendação obtida pelo site Jamildo.com.
Segundo a expectativa do MP, a iniciativa busca assegurar que a fiscalização parlamentar ocorra dentro dos parâmetros legais, sem comprometer a segurança de profissionais e pacientes ou os direitos constitucionais.