Servidores do Recife encerram greve após acordo sobre incentivos; reajuste salarial segue em 1,5%

Paralisação iniciada em 30 de abril envolveu 28 categorias; proposta da gestão foi aceita, mas reajuste não chegou ao desejado pelos grupos

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 09/05/2025, às 10h05 - Atualizado às 11h01

Servidores negociaram com PCR, mas professores e enfermeiros ainda estão em greve - Foto: Yan Lucca / Jamildo.com
Servidores negociaram com PCR, mas professores e enfermeiros ainda estão em greve - Foto: Yan Lucca / Jamildo.com

Após assembleia realizada na quinta-feira (9), os servidores municipais do Recife representados pelo Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Recife (Sindsepre) decidiram encerrar a greve iniciada no dia 30 de abril.

O movimento envolveu 28 categorias do funcionalismo e foi motivado pela insatisfação com a proposta de reajuste salarial da Prefeitura.

Apesar da reivindicação inicial de 4,77%, equivalente à inflação do período, a gestão municipal manteve o percentual de 1,5% de reajuste linear, além de acréscimo de R$ 1 no tíquete-alimentação — passando de R$ 22 para R$ 23 por dia.

A proposta foi aceita após negociações no qual a PCR ampliaria os salários de alguns grupos com gratificações e incentivos específicos. O impacto direto deve ser nos abonos de cerca de 17 mil trabalhadores.

Queríamos um percentual melhor para todos os servidores, mas compreendemos que os ganhos reais viriam nas mesas setoriais. Conseguimos conquistas relevantes que irão refletir na remuneração e nas condições de trabalho de diversas categorias”, afirmou o presidente do Sindsepre, Osmar Ricardo.

Entre os pontos acordados, está o pagamento de uma parcela única de R$ 1.400 para profissionais da educação não-docentes, com recursos oriundos do Fundeb. Inicialmente, o montante de R$ 900 milhões estava previsto apenas para os professores.

Outro avanço apontado pelo sindicato foi o compromisso da Prefeitura de instaurar uma mesa de negociação permanente, com foco em demandas estruturais como condições de trabalho, fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e reajustes específicos por função.

A greve havia afetado serviços de diversos setores da administração municipal, como creches, Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Defesa Civil, saúde mental, limpeza urbana e assistência social. A paralisação impactou também autarquias como URB, Emlurb, CTTU e Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR).

A formalização dos acordos com a gestão municipal está prevista para esta sexta-feira (10). Até o momento, não foi divulgado o impacto financeiro total do acordo na folha do município.

Professores e enfermeiros continuam em greve

Embora os servidores representados pelo Sindsepre tenham aceitado a proposta, os professores e os enfermeiros da rede municipal seguem em greve.

Os profissionais da educação teriam uma mesa de negociação com a PCR na quinta-feira, mas foi adiada para esta sexta. O encontro entre os dois grupos começou por volta das 9h.

Os professores reivindicam o cumprimento da Lei do Piso Nacional do Magistério, que determina reajuste de 6,27% para 2025, além da reposição de perdas acumuladas (12,78%), valorização da carreira e pagamento retroativo a janeiro.

A paralisação dos professores, aprovada por unanimidade na última terça-feira (7), ocorreu após semanas em estado de greve e diversas rodadas de negociação sem avanço.

Além dos professores, os enfermeiros da rede municipal também seguem com o movimento grevista por tempo indeterminado. Eles reivindicam reajuste além do percentual de 1,5% proposto, melhores condições de trabalho e cumprimento da data-base.

Uma hora atrás, a presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco (SEEPE), Ludmila Outtes, publicou um vídeo no perfil do Sindicato reclamando do aumento de um real no auxílio-alimentação, confira: