Servidores de Paulista reclamam de falta de pagamento e gestão de Ramos herda problemas no caixa

Membros da gestão de Ramos apontam que governo de Yves não deixou dinheiro em caixa para pagar os salários dos servidores de Paulista

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 08/01/2025, às 09h39

Servidores negociam com gestão de Ramos, que responsabiliza falta de caixa deixado por Yves - Divulgação
Servidores negociam com gestão de Ramos, que responsabiliza falta de caixa deixado por Yves - Divulgação

Na segunda semana de Severino Ramos (PSDB) como prefeito de Paulista, sua gestão já enfrenta dificuldades.

Com servidores da cidade a apontar salários atrasados, a nova administração relata que o ex-prefeito Yves Ribeiro não deixou recurso para pagar os funcionários nem garantiu acesso pleno às contas bancárias do município.

Segundo o Sindicato dos Professores Municipais do Paulista (SINPROP) e o Sindicato dos Servidores Municipais do Paulista (Sinsempa), o salário do mês de dezembro e o ⅓ de férias dos professores estão atrasados. 

Os servidores estão preocupados, e com razão. O atraso no pagamento impacta diretamente suas vidas. É inaceitável que a gestão anterior tenha tratado a categoria com tanto descaso”, afirmou a presidente do Sinsempa, Jucineide Lira.

Tradicionalmente, esses recursos são pagos no último dia útil de dezembro. Sobre esse atraso, a nova gestão se comprometeu a viabilizar os recursos até esta quarta-feira (08) e pagar os profissionais até sexta-feira (10). 

Com relação aos professores, o Sindicato afirma que a secretária-executiva de Finanças, Nely Brandão, teria informado que os recursos são insuficientes para pagar o grupo. 

Sindicato aponta falta de recursos do FUNDEB

De acordo com o SINPROP, a Secretaria de Finanças informou que, mesmo com o repasse federal de R$ 13,4 milhões em dezembro para conta do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), o fundo teria apenas R$ 5 milhõesneste mês. 

Esse recurso seria insuficiente, já que a folha de pagamento da Secretaria de Educação demanda aproximadamente R$ 11 milhões mensais.

A presidente do SINPROP, Iramaia Vasconcelos, classificou a situação como “desastrosa” e afirmou que a crise é reflexo da gestão anterior.

Ainda não temos autonomia para averiguar todos os detalhes, mas a realidade é clara: a situação financeira foi negligenciada, e os professores estão pagando o preço”, disse. 

Posição da gestão de Ramos

Em nota para imprensa, a Secretaria de Finanças declarou que realiza neste momento um levantamento detalhado dos débitos deixados pela administração de Yves Ribeiro.

Segundo o secretário Alexandre Araújo, a regularização da folha de pagamento dos servidores é prioridade para a nova gestão. “Estamos empenhados em buscar soluções rápidas e responsáveis para minimizar os impactos nos servidores e nos serviços essenciais”, destacou.

Outros impactos

Além dos salários, a nova gestão pontua que outros serviços municipais, como a coleta de lixo, também foram afetados por dívidas com fornecedores. Sobre esse tema, a Prefeitura de Paulista informou que equipes estão atuando para resolver os atrasos e normalizar a prestação do serviço.

@blogdojamildo