Deputados de Pernambuco apresentam visões divergentes sobre a prisão domiciliar de Bolsonaro e as consequências políticas do caso
por Ana Luiza Melo
Publicado em 05/08/2025, às 21h45 - Atualizado às 22h00
A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, gerou debates acalorados no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) desta terça-feira (05), com posicionamentos divergentes entre parlamentares sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
A deputada Rosa Amorim (PT) celebrou a medida como uma demonstração da “soberania da democracia no país”.
Para ela, a prisão de Bolsonaro serve de exemplo de que “nenhum golpista está acima da lei e nenhum traidor vai se livrar da justiça”.
A parlamentar também lamentou a presença de deputados no ato em defesa do ex-presidente realizado no último domingo (3), na Avenida Boa Viagem, zona sul do Recife, classificando os participantes como “entreguistas diante das tarifas do presidente Trump”.
Rosa Amorim destacou ainda a saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU, atribuída à competência do governo Lula.
Já o deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) manifestou discordância com a prisão domiciliar, criticando a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Segundo Feitosa, a medida seria resultado de uma “postura doentia de perseguição” e foi classificada por juristas como ato de “censura”.
O parlamentar lamentou que “dezessete palavras foram suficientes para levar o ex-presidente da República, que nunca roubou, nunca traficou e nunca matou alguém, à prisão domiciliar”.
Feitosa também condenou as restrições impostas pelo ministro Moraes ao senador Marcos do Val (Podemos-ES), que terá de usar tornozeleira eletrônica e teve suas transações financeiras suspensas.
Em resposta, o deputado Waldemar Borges (PSB) destacou a gravidade da tentativa de golpe de estado atribuída a Bolsonaro e a necessidade da punição dos envolvidos.
O parlamentar leu trecho do economista Sérgio Ferraz, que lista cinco momentos, desde o mandato do ex-presidente até ataques recentes ao STF e tentativas de taxação do Brasil, classificados como “ataques da extrema direita à ordem democrática”.
O deputado Doriel Barros (PT) também criticou o posicionamento de Feitosa e reforçou que Bolsonaro será julgado pela tentativa de golpe de estado e pelas articulações de aliados junto aos Estados Unidos para taxar o Brasil.
Para o petista, a prisão é coerente e representa a aplicação igualitária da justiça: “Quem acompanha o desenrolar desse processo não se admira. No Brasil, a justiça não é só para o negro e pobre, ela tem que ser para todos”, afirmou.