Em entrevista ao Jamildo.com, Francelino Valença negou a falta de paridade dentro do sindicato e defendeu que os argumentos "não se sustentam em pé"
por Clara Nilo
Publicado em 22/05/2025, às 18h08 - Atualizado às 19h18
O presidente do Sindicato dos Fazendários de Pernambuco (SINDIFISCO-PE), Francelino Valença, se manifestou sobre a decisão de um grupo de Auditores Fiscais do Tesouro Estadual de Pernambuco de buscar a destituição da atual diretoria do sindicato.
O Grupo PARIDADE, como se denominam, afirma que os aposentados estão sofrendo prejuízos graves advindos de decisões tomadas pelos que estão à frente do SINDIFISCO. Uma das críticas tecidas é referente a uma quebra de paridade remuneratória.
Em entrevista ao Jamildo.com, Francelino Valença rebateu às críticas e afirmou que tal ação nunca aconteceu. De acordo com ele, o grupo, composto por auditores fiscais aposentados estaria descontente com a decisão tomada sobre o auxílio alimentação - recebido apenas pelos profissionais ainda ativos.
"Não existe falta de paridade, os [servidores] ativos e aposentados recebem a mesma porcentagem de aumento. Acontece que foi fechado um acordo com o Governo Estadual, com duração de três anos, no qual a questão do auxílio está inclusa. Mas não sou eu que digo que eles [aposentados] não podem receber, é a justiça", afirmou ele.
Valença diz estar se referindo à Súmula Vinculante nº.55, na qual o Supremo Tribunal Federal (STF) determina que "o direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos". O presidente do sindicato afirma, ainda, que o acordo havia sido aceito pela categoria, porém, um grupo teria "voltado atrás" e exigido a mudança.
"O Paridade decidiu que o SINDIFISCO deve lutar para que os aposentados recebam o auxílio. É lamentável, estão culminando um ambiente hostil entre os ativos e os que já se aposentaram", disse.
Ele explicou que, após reformas da Previdência Social, os servidores que ingressaram através dos concursos realizados em 2014 e 2022, vão se aposentar com o limite do INSS, enquanto os mais antigos, recebem o mesmo valor que recebiam enquanto trabalhavam - "a lei não retroage".
Segundo ele, houve um "movimento pessoal" para desacreditar a gestão e os argumentos usados para derrubar a atual diretoria "não se sustentam em pé".
Outro ponto levantado por Valença é que as eleições do sindicato é instaurado em julho e, por isso, não haveria sentido em apressar o processo de troca do presidente.
"[Esse tipo de ação] a gente chama de golpe mesmo", concluiu.