Levantamento aponta que, entre os críticos da operação, termos como “censura” e “ditadura” apareceram em 10% das postagens
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 20/07/2025, às 11h44 - Atualizado às 11h46
A operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), autorizada na última sexta-feira (18) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), gerou ampla repercussão nas redes sociais. Segundo levantamento da Quaest, 59% das manifestações online se mostraram favoráveis à ação, enquanto 41% criticaram a medida e defenderam o ex-mandatário. O estudo se baseou em mais de 1,3 milhão de menções feitas até às 17h do mesmo dia, em plataformas como Twitter, Facebook, Instagram, além de sites de notícias.
O monitoramento da Quaest indicou um pico de engajamento nas redes sociais por volta das 10h de sexta-feira, com mais de 150 mil menções registradas naquele intervalo. A pesquisa identificou também que, entre os críticos da operação, os termos “censura” e “ditadura” foram recorrentes, aparecendo em cerca de 10% das publicações.
Entre os conteúdos levantados, destacou-se ainda a predominância de mensagens contrárias ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, especialmente em grupos públicos de mensagens alinhados à direita. A cada 100 mil mensagens, aproximadamente 32 mil tinham esse teor, segundo o relatório da Quaest. O uso da tornozeleira eletrônica por Bolsonaro foi tema em 12 mil dessas mensagens, enquanto outras 4 mil continham críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A operação da Polícia Federal foi autorizada no contexto de uma ação penal que investiga um suposto plano de golpe de Estado. Bolsonaro, réu nesse processo, também é investigado ao lado de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por suspeitas de atentado à soberania nacional.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente, a PF apreendeu um celular, um pen drive e cerca de US$ 14 mil na residência de Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes determinou ainda uma série de medidas cautelares: uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e aos finais de semana, além de proibição de contato com outros investigados.
A decisão, segundo Moraes, levou em conta o risco de fuga do ex-presidente, apontado pela Polícia Federal.