Fusão entre PSDB e Podemos avança em Brasília, mas definição do comando em Pernambuco expõe divisão entre aliados de Raquel Lyra e João Campos
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 19/04/2025, às 10h20
O PSDB e o Podemos devem oficializar uma fusão no próximo dia 29 de abril, segundo a Coluna do Estadão, assinada pela jornalista Roseann Kennedy. O movimento busca frear o esvaziamento tucano e dar sobrevida ao espaço político das siglas, que devem contar, juntas, com 33 deputados federais e sete senadores.
Com o novo arranjo, o grupo amplia o tempo de TV e o valor do fundo partidário, elementos fundamentais para as eleições de 2026.
Se no plano nacional a união é estratégica, em Pernambuco o cenário terá uma dose tensão. PSDB e Podemos ocupam posições diferentes no tabuleiro estadual.
Do lado do Podemos, o ex-prefeito de Paudalho Marcelo Gouveia, atual presidente da Amupe, desponta como liderança próxima à governadora Raquel Lyra (PSD). Já pelo PSDB, o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, está cada vez mais vinculado ao prefeito do Recife, João Campos (PSB).
Porto participou de um evento do PSB e alfinetou Raquel Lyra ao dizer que "a pior coisa que existe na política é a ingratidão".
Ambos são cotados para liderar a nova legenda no estado.
Apesar da fusão em andamento, o Podemos ocupa espaços relevantes no governo estadual. Desde 2023, Cícero Moraes comanda a Secretaria de Desenvolvimento Agrário. Em março, Miguel Duque, ex-presidente do partido e filho do deputado Luciano Duque (Solidariedade), assumiu a presidência do IPA.
Outro nome do grupo, Armando Monteiro Bisneto, é cotado para o comando do Complexo de Suape, em articulação do ex-senador Armando Monteiro Neto.
Nas eleições de 2024, o Podemos comemorou a eleição de oito prefeitos e 138 vereadores, além de um saldo superior a 500 mil votos. A legenda é comandada por uma aliança entre Marcelo Gouveia, Ricardo Teobaldo e Armando Monteiro.
Já o PSDB - ainda sob comando de Raquel Lyra -, que elegeu 32 prefeitos no último pleito, sofreu uma debandada. No início de abril, mais de 30 prefeitos tucanos pediram desfiliação para migrar ao PSD, que agora é a maior sigla do estado, com 57 prefeituras.
*Com informações da Folha de Pernambuco
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