Instituto Dom Helder pede realocação da Escola de Sargentos durante vigília do Dia da Terra

Polêmica com desmatamento para construção da Escola de Sargentos terá vigília promovida pelo Instituto Dom Helder Câmara. Evento será no Dia da Terra

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 18/04/2025, às 17h04 - Atualizado às 18h26

Raquel Lyra e Múcio plantam em local que será a Escola de Sargentos - Reprodução
Raquel Lyra e Múcio plantam em local que será a Escola de Sargentos - Reprodução

Na próxima terça-feira (22), Dia da Terra, o Instituto Dom Helder Câmara realiza a Vigília da Terra, voltada para defender a causa ambiental no estado.

Com concentração marcada às 18h, no Palácio dos Manguinhos, um dos principais focos da ação é defender a mudança da Escola de Sargentos para um local fora da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe.

A ideia é questionar o uso do espaço de preservação ambiental a partir do tema da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica em 2025: “Fraternidade e Ecologia Integral”.

Instituto pede mudança do local da Escola de Sargentos

Apesar de contestarem a localização da Escola de Sargentos, as organizações envolvidas na vigília não se dizem contrárias à instalação da unidade militar, mas pedem que ela a retirada do projeto de uma área de proteção ambiental.

Queremos que ela seja construída em outro local, onde nenhuma árvore precise ser derrubada, a água e a biodiversidade sejam preservadas”, cita a convocatória do evento.

Escola de Sargentos continua em debate

Desde o anúncio da instalação da Escola de Sargentos dentro da APA Aldeia-Beberibe, região de Mata Atlântica que abriga nascentes de rios importantes para o abastecimento da Região Metropolitana do Recife, grupos da sociedade civil criticam o projeto.

O plano inicial previa o desmatamento de 180 hectares, número que foi reduzido pela metade após as críticas.

Mesmo com a redução, organizações e especialistas ainda afirmam que o projeto deve trazer riscos à biodiversidade e aos recursos hídricos locais.

Os defensores da APA argumentam que o desmatamento compromete o ecossistema da região e agrava a crise ambiental em um estado que já enfrenta escassez hídrica e aumento de eventos climáticos extremos.

Por outro lado, o Governo de Pernambuco e o Ministério da Defesa têm defendido a obra.

O ministro José Múcio Monteiro afirmou que a decisão é definitiva e que o local preenche os parâmetros técnicos para instalação da escola.

Em janeiro de 2024, o presidente Lula (PT) esteve na assinatura de um Termo de Compromisso sobre a escola e defendeu que o Exército ajudaria na preservação da região ao impedir ocupações desorganizadas.

O investimento federal estimado nas obras é de R$ 1,8 bilhão, com expectativa de gerar 11 mil empregos diretos e 17 mil indiretos.