Em impasse com Alepe, governo Raquel se mobiliza para resolver problemas com emendas

Deputado da base governista, Antonio Moraes relatou que governo Raquel trabalha para facilitar distribuição, enquanto governadora cria grupo de trabalho

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 09/01/2025, às 08h22

Antonio Moraes defendeu Raquel sobre situação das emendas e revelou criação de nova estrutura para distribuição de recursos - Reprodução
Antonio Moraes defendeu Raquel sobre situação das emendas e revelou criação de nova estrutura para distribuição de recursos - Reprodução

O Governo de Pernambuco deu início a uma série de medidas para solucionar os atrasos no pagamento das emendas parlamentares impositivas de 2024, que tem gerado tensões com a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Entre as ações da governadora Raquel Lyra (PSDB) está a criação de um grupo de trabalho, oficializado por decreto publicado no Diário Oficial desta quinta-feira (09), com o objetivo de reestruturar os processos de distribuição e execução das emendas.

Grupo de trabalho para destravar emendas

No decreto, Raquel Lyra determina a formação de um grupo de trabalho interinstitucional, composto por representantes das secretarias de: 

  • Planejamento
  • Desenvolvimento Regional
  • Fazenda
  • Controladoria Geral do Estado
  • Procuradoria-Geral

A Alepe também poderá indicar um integrante, com possibilidade de a presidente da Comissão de Finanças, Débora Almeida (PSDB), ser a escolhida.

O objetivo é atender à demanda dos deputados estaduais, que reclamam do atraso no pagamento de emendas impositivas, especialmente na área da saúde, previstos para até o fim de 2024. 

O grupo de trabalho deverá apresentar alternativas para destravar as emendas não pagas de 2024 e viabilizar o reempenho de R$ 102 milhões no orçamento de 2025.

Com isso, esses recursos serão somados aos R$ 300 milhões já previstos para o próximo ano, para aumentar a capacidade de atendimento das demandas dos parlamentares. 

Antonio Moraes sai em defesa de Raquel e revela criação de estrutura para agilizar emendas

Em defesa de Raquel, o deputado estadual Antonio Moraes (PP) argumentou que o atraso é resultado de entraves burocráticos e falhas na documentação de prefeituras e entidades beneficiadas.

Mesmo assim, destacou que a gestão da governadora pagou mais emendas do que administrações anteriores: R$ 151 milhões foram liquidados para infraestrutura e R$ 82 milhões na saúde, com outros R$ 97 milhões ainda pendentes.

O deputado pontuou que a criação das chamadas Emendas PIX em 2024 garantiu 100% de execução, mas emendas mais complexas, como para calçamentos e postos de saúde, ainda enfrentam dificuldades. 

Por conta disso, o Moraes revelou que o Governo Raquel tem elaborado uma estrutura para organizar a distribuição de emendas de maneira mais ágil e eficiente. 

Conflito com a Alepe

No início deste ano, 22 deputados se reuniram durante o recesso legislativo para discutir o caso.

Convocados pelo presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB), os parlamentares decidiram enviar um pedido formal de informações ao Executivo e solicitaram uma auditoria especial ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Porto destacou que a situação poderia gerar dificuldades políticas para o governo, mas afirmou que a Alepe busca manter o diálogo institucional. “O pagamento das emendas não é favor, é obrigação”, declarou.

@blogdojamildo