Declarações de Eduardo da Fonte e Miguel Coelho revelam interpretações distintas sobre estatuto da federação e papel da direção nacional em 2026
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 19/12/2025, às 17h05
Eduardo da Fonte afirma que maioria do PP em Pernambuco garante indicação ao Senado
Miguel Coelho diz que estatuto exige consenso ou decisão da direção nacional
Federação reúne partidos com alinhamentos políticos distintos no estado
Debate ocorre durante a articulação das chapas para as eleições de 2026
Eduardo da Fonte e Miguel Coelho divergiram sobre os critérios para definição da candidatura ao Senado em Pernambuco após a formalização da Federação União Progressista (UP), que reúne PP e União Brasil. As declarações foram dadas em entrevistas separadas e expõem narrativas distintas sobre o peso das maiorias partidárias e o papel da direção nacional na composição da chapa para as eleições de 2026.
Presidente estadual do Partido Progressistas e da Federação União Progressista em Pernambuco, o deputado federal Eduardo da Fonte afirmou que a executiva nacional da federação já decidiu que as candidaturas ao Senado serão definidas a partir das maiorias partidárias em cada estado.
Segundo ele, Pernambuco está entre os nove estados em que o PP detém maioria na composição da federação, o que colocaria o partido em posição de indicar o nome ao Senado.
Em entrevista à Rádio Folha, Eduardo da Fonte detalhou que a distribuição de forças entre PP e União Basil varia conforme o estado. “Pernambuco está entre os nove estados que o PP indica os cinco membros e o União dois. Como existem outros estados em que ocorre o inverso ou em que a decisão cabe à nacional, isso já está pacificado. A nacional não vai decidir duas vezes a mesma coisa”, afirmou.
O parlamentar reconheceu que, desde a consolidação da federação, surgiram disputas internas sobre a formação das chapas, mas sustentou que o critério das maiorias já foi acordado.
Nesse cenário, colocou-se como pré-candidato ao Senado, em meio às movimentações do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, presidente estadual do União Brasil. “É a maioria que vai decidir. E a gente vai fazer isso construindo uma solução. Miguel é um grande quadro da federação e vai ter o seu espaço, assim como outros parlamentares”, disse.
Eduardo da Fonte acrescentou que a prioridade da federação em 2026 será a montagem de chapas competitivas para a Assembleia Legislativa, a Câmara dos Deputados e o Senado. “A meta é ampliar as bancadas, com uma chapa que pode eleger de 17 a 20 deputados estaduais, de oito a dez deputados federais e um senador”, afirmou.
Presidente estadual do União Brasil e também pré-candidato ao Senado, Miguel Coelho negou a existência de clima de tensão ou confronto político com Eduardo da Fonte. Em entrevista ao Blog Ponto de Vista, afirmou que o cenário é próprio do processo político e que não houve ataques pessoais.
“Eu discordo desse tensionamento. Pelo menos na minha fala, não houve nenhum tipo de ataque ao presidente Eduardo da Fonte. O que existe é cada grupo defendendo o seu projeto, o que é absolutamente natural”, disse.
Miguel ressaltou que tanto o Progressistas quanto o União Brasil já lançaram pré-candidaturas ao Senado e que esse movimento faz parte da dinâmica interna da federação. “O PP tem a pré-candidatura de Eduardo, assim como o União Brasil tem a nossa pré-candidatura. Isso não é nada além do processo político normal”, afirmou.
O dirigente do União Brasil destacou ainda que o estatuto da federação estabelece regras específicas para a definição das candidaturas majoritárias nos estados. Segundo ele, a formação de maioria no diretório estadual não é suficiente.
“No que diz respeito às candidaturas majoritárias e proporcionais estaduais, não adianta ser cinco a dois ou seis a um. Tem que ser por unanimidade. Se não houver consenso, a decisão sobe para a nacional, que é a cláusula prevista para que a gente possa registrar a chapa”, explicou.
Miguel Coelho afirmou manter diálogo frequente com Eduardo da Fonte e descartou a possibilidade de racha interno. “A gente sempre conversa. Ele tem mais experiência, eu sou mais novo, mas sempre tratamos dessas estratégias de forma muito tranquila”, disse.
Para ele, apostar em conflito interno não contribui para o fortalecimento da federação. “Não acredito em racha nem em briga. Esse tensionamento é natural do processo, quando todo mundo quer viabilizar o seu próprio projeto”, afirmou.
O dirigente reconheceu que existem projetos políticos distintos dentro da federação em Pernambuco. O PP integra a base da governadora Raquel Lyra na Assembleia Legislativa e ocupa cargos no governo estadual.
Já o União Brasil adota posição de independência, sendo o partido da líder governista na Alepe, deputada Socorro Pimentel, e abriga a ala dos Coelhos, aliados do prefeito do Recife e adversário da governadora Raquel Lyra em 2026, João Campos.
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