Eduardo Bolsonaro tira licença e se muda para os EUA com receio de Alexandre de Moraes

De acordo com vídeo publicado em suas redes, ações do STF e do ministro Alexandre de Moraes motivaram Eduardo Bolsonaro a tirar licença e deixar o Brasil

Clara Nilo

por Clara Nilo

Publicado em 18/03/2025, às 14h33

Parlamentar tece críticas ao STF e Alexandre de Moraes - Divulgação
Parlamentar tece críticas ao STF e Alexandre de Moraes - Divulgação

Nesta terça-feira (18), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e, até então, deputado federal em atividade, anunciou em suas redes sociais que decidiu tirar licença não remunerada, por tempo indeterminado, e se mudar para os Estados Unidos. 

No vídeo, o político afirmou estar sendo perseguido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e criticou o mais recente inquérito que investiga a tentativa de golpe realizada pelo ex-presidente Bolsonaro. 

"Alexandre, a minha meta de vida será fazer você pagar por toda a sua crueldade com pessoas inocentes. Estarei focado integralmente neste objetivo. Só retornarei quando você tiver devidamente punido", afirmou o ex-deputado, se referindo também às sentenças definidas para quem participou do episódio conhecido como 8 de janeiro

Impedido

De acordo com a apuração realizada por Natuza Nery, jornalista do g1 e GloboNews, Eduardo Bolsonaro teria sido impedido de assumir um cargo que ansiava: a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. O deputado Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, foi nomeado para a função.

A negativa teria sido dada pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, no último domingo (16) e esse teria sido o motivo pelo qual Eduardo decidiu pedir a licença e viajar para o exterior por tempo indeterminado.  

Outros parlamentares apoiavam a indicação para o cargo por Eduado atuar como secretário de relações internacionais do PL, além de ter certa proximidade com aliados de Donald Trump, presidente americano. 

Porém, parlamentares aliados ao governo brasileiro contestaram a possibilidade, pontuando que o filho do ex-presidente poderia usar a comissão como palco para tecer críticas ao STF e, principalmente, ao ministro Moraes.